Economista diz que aumento do auxílio sem fonte é prejudicial
Samuel Pessôa entende que o governo precisa reduzir gastos ou aumentar impostos para cumprir promessas
Leiliane Lopes - 20/11/2022 18h42 | atualizado em 21/11/2022 11h25
O economista Samuel Pessôa, chefe da pesquisa econômica da Julius Baer Family Officy, revelou em entrevista à CNN que o governo precisa indicar a fonte de financiamento que irá custear o pagamento dos benefícios sociais.
Caso contrário, aumentar o auxílio sem indicar de onde o dinheiro será retirado, pode prejudicar principalmente os mais pobres.
– Aumentar o gasto público com medidas de combate à pobreza sem que essas medidas estejam claramente estabelecidas, é dar com a mão e tirar com a outra – disse Pessôa.
Segundo o especialista, é por esse motivo que o mercado financeiro está reagindo de forma negativa aos planos do novo governo.
– O mercado financeiro está reagindo a esse problema, que não é o gasto a mais, mas as condições de financiamento desses gastos não estarem claras – completou.
A orientação dada pelo economista é que o governo Lula encontre no orçamento gastos que possam ser reduzidos para gerar os mais de R$ 75 bilhões que são necessários para garantir o pagamento de R$ 600 mensais e os R$ 150 para famílias com crianças menores de 6 anos.
Outra forma de encontrar fonte de financiamento para cumprir essas promessas de campanha é aumentar a carga tributária e assim conseguir o valor.
– Temos que olhar dentro do orçamento e verificar se há medidas de controle de gastos que reduzam outras rubricas do gasto público ou se é necessário aumentar a carga tributária em R$ 75 bilhões para que tenhamos receita de impostos para financiar esse gasto – concluiu.
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