‘Petrobras irá manter política de reajuste de combustíveis’
De acordo com o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, controle de preços não são justificáveis
Henrique Gimenes - 11/12/2019 15h13
Em meio a novos sinais de insatisfação de caminhoneiros e críticas sobre o alto preço dos combustíveis, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu nesta quarta-feira (11) a liberdade para praticar preços de mercado.
– Combustíveis têm que ser tratados como qualquer outro produto. Não se justifica nenhum controle sobre o preço – afirmou.
Em 2019, a Petrobras fez algumas alterações na aplicação de sua política de preços. Deixou de respeitar periodicidade para reajustes da gasolina e do diesel e eliminou subsídio ao gás de cozinha para envase em botijões de 13 quilos.
A empresa diz que permanece acompanhando as cotações internacionais -embora importadores de combustíveis a acusem de manter defasagem principalmente no caso da gasolina, que chegou a ficar 53 dias sem reajustes.
Castello Branco disse que as mudanças foram boas “tanto para a Petrobras quanto para o Brasil” e que a política será mantida. Ele argumentou que não há periodicidade definida em preços de outros produtos, como cerveja e carne, por exemplo.
– O controle de preços pertence ao museu das armas falidas contra a inflação. Não funciona nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo – afirmou, em café da manhã com jornalistas.
No início do ano, a empresa foi criticada por segurar reajuste no preço do diesel a pedido do presidente Jair Bolsonaro, diante de preocupação com a possibilidade de paralisação dos caminhoneiros.
Nos últimos dias, voltaram a circular em redes sociais chamados a nova paralisação, ainda não confirmada.
O presidente da Petrobras diz que segurar o preço do diesel não resolve o problema dos caminhoneiros.
– O problema é o excesso de oferta. Mesmo se colocarmos o diesel a preços de Venezuela, não vai resolver nada – destacou.
Ele chamou de “irresponsável” a oferta de crédito subsidiado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de caminhões durante os governos petistas.
– O que vai consumir excesso de oferta é o crescimento da economia. Vai gerar demanda e o mercado vai se ajustar – afirmou.
*Folhapress
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