Henrique Gimenes - 05/06/2018 18h23

Para dar um fim à greve dos caminhoneiros, o presidente Michel Temer aceitou as exigências dos manifestantes e concedeu um desconto de R$ 0,46 no preço do diesel. Ao determinar a medida, o governo exigiu que os postos de combustíveis repassassem a redução aos consumidores, em uma medida de controle de preços. Para Leonardo Gadotti, presidente da Plural, entidade que representa o setor de distribuição, a “Venezuela começou assim”.

A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (5). Segundo Gadotti, o corte máximo que pode ser repassado até o momento é de R$ 0,41. Para valores maiores, será preciso que os governos estaduais reduzam a cobrança de ICMS.

– O governo está colocando a população contra a revenda e distribuição. O governo tem que explicar o que fez. Não é passar a redução dos R$ 0,46 a partir do dia 1 de junho. O que os estados podem fazer é antecipar a redução do ICMS assim como São Paulo e Espírito Santo já estão fazendo – explicou.

Entre as medidas adotadas pelo governo para controlar os valores do combustível, a administração do presidente Temer divulgou um telefone para que os consumidores pudessem fazer as denúncias. As informações devem ser repassadas por meio do WhatsApp. Segundo o Ministério da Justiça, até a tarde desta segunda-feira (4), mais de 6 mil queixas já tinham sido feitas.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, chegou a afirmar inclusive que o governo poderia utilizar todo o “poder de polícia” para garantir a redução. O presidente da Plural considera que foi dessa maneira que começou a situação venezuelana.

– A Venezuela começou assim, mandando força policial – ressaltou.

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