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Britânicos proíbem Huawei de operar 5G no Reino Unido

Empresa chinesa iria fornecer infraestrutura para nova tecnologia, mas foi vetada pelo governo britânico

Pleno.News - 14/07/2020 13h53 | atualizado em 14/07/2020 13h54

Huawei foi retirada de operação da tecnologia 5G no Reino Unido Foto: Reprodução

Em uma vitória dos Estados Unidos sobre a China, o Reino Unido anunciou que vai banir a Huawei do fornecimento de infraestrutura para suas redes de tecnologia 5G. A decisão do primeiro-ministro Boris Johnson, anunciada nesta terça-feira (14), deverá afetar os negócios potenciais da maior empresa de telecomunicações do mundo em diversos países, inclusive o Brasil.

Dois fatores foram centrais para a decisão britânica. Primeiro, a imposição de uma rigorosa lei de segurança nacional por Pequim sobre Hong Kong, que foi colônia de Londres até 1997, basicamente encerrando o acordo entre os dois países para a manutenção de uma certa autonomia local até 2047.

Segundo, a sanção imposta em maio pelos EUA contra a Huawei, que ficou proibida de usar chips feitos por fabricantes americanos, coibindo aí aliados como a gigante taiwanesa TSMC. Os britânicos haviam achado uma solução para o impasse sobre seu 5G, a chamada internet das coisas, redes ultrarrápidas que no futuro conectarão de geladeiras e carros a blindados e drones.

Em janeiro, Londres havia dito que as operadoras britânicas poderiam ter até 35% de suas redes fornecidas pela Huawei, que lidera o mercado mundial, disputado principalmente com a finlandesa Nokia, a sueca Ericsson e a coreana Samsung.

Ficariam fora do alcance dos chineses redes com dados estratégicos de segurança nacional. O governo Donald Trump trava uma guerra comercial e geopolítica com Pequim desde 2017 e alega que o equipamento chinês permite a espionagem de dados sensíveis.

Os americanos advogavam pelo veto total, que veio agora. Segundo o secretário digital britânico, Oliver Dowden, “essa não foi uma decisão fácil, mas a correta para as redes, para nossa segurança nacional e para nossa economia”.

Num movimento para acalmar as grandes operadoras britânicas, como a Vodafone e a BT, foi feito um escalonamento da retirada do material chinês, que já começara a ser instalado. Nenhum kit poderá ser comprado a partir de 2021, e todos os existentes terão de ser eliminados até 2027.

Isso não incluirá as redes de 2G, 3G e 4G, amplamente ocupadas pela Huawei no país, assim como no resto do mundo. Segundo Dowden, elas serão obsoletas quando a transição estiver completa para o 5G.

O impacto deverá ser sentido no Brasil. Apesar de o governo Jair Bolsonaro declarar alinhamento automático ao de Trump, a resolução do Gabinete de Segurança Institucional acerca de quem poderia fornecer infraestrutura ao país havia sido a de liberar o acesso aos chineses.

O leilão das frequências de 5G, a ser disputado pelas quatro grandes operadoras brasileiras de telefonia móvel, só deve ocorrer no ano que vem. Assim, ajustes nas regras estão em aberto, e a pressão contra a presença chinesa deverá aumentar.

Em princípio, o GSI era favorável a impor limites a Pequim ao estilo da primeira decisão britânica. Já os técnicos da área de comunicações eram favoráveis a um modelo aberto.

A sanção americana à Huawei, segundo a argumentação de Dowden, sugere que os chineses podem não garantir mais um fluxo constante de equipamentos. No Reino Unido, redes de fibra ótica fixas, para transmissão de dados, também retirar o material chinês em dois anos.

A China nega que os equipamentos da Huawei apresentem quaisquer riscos de vazamento de dados, e acusam os EUA de reagirem ante a um competidor mais capaz do ponto de vista tecnológico.

*Folhapress

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