BC inicia reunião que deve elevar juros a patamar da gestão Dilma
Tendência é que taxa básica alcance o patamar de 14,25%
Pleno.News - 19/03/2025 15h17 | atualizado em 19/03/2025 15h20

Começou por volta das 14h30 desta quarta-feira (19) a segunda etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Nesta fase, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e os oito diretores do BC vão definir o nível da taxa Selic. É consenso no mercado que o colegiado provavelmente aumentará os juros de 13,25% para 14,25%. A decisão será informada a partir de 18h30 (de Brasília).
Se a tendência se confirmar, esse será o maior patamar da taxa básica de juros desde 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment. Na época, o índice se manteve em 14,25% entre julho de 2015 e outubro de 2016, ou seja, exatamente no último ano da petista na chefia do Executivo.
Desde esta terça (18), Galípolo e os diretores acompanharam apresentações técnicas do corpo funcional do BC sobre a economia doméstica e global e o comportamento dos mercados. A partir de agora, os membros do Copom vão deliberar sobre a Selic e sobre o comunicado da decisão. As atenções do mercado estão voltadas para a comunicação do colegiado sobre os seus próximos passos.
Após a última decisão do comitê, em 29 de janeiro, a economia deu sinais mais fortes de esfriamento. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu menos do que o esperado no quarto trimestre, e a maioria dos indicadores de alta frequência de janeiro ficou abaixo do previsto. O Copom já informou que a desaceleração da atividade é um “elemento necessário para a convergência da inflação à meta”.
O dólar, por sua vez, mostrou algum alívio, caindo de R$ 6,00 para cerca de R$ 5,80, conforme a metodologia usual do BC, que usa a média da taxa Ptax dos dez dias úteis anteriores à reunião do Copom. Economistas do mercado esperam que a projeção do comitê para o IPCA no terceiro trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, caia dos 4% da última reunião a um nível entre 3,9% e 3,7%.
Em contrapartida, as expectativas de inflação continuam desancoradas e subindo, passando de 5,50% para 5,66% em 2025, e de 4,22% para 4,48% em 2026. O IPCA se mantém alto e acelerando no acumulado de 12 meses, tendo avançado de 4,56% em janeiro para 5,06% em fevereiro. A inflação de serviços subjacentes, acompanhada de perto pelo BC pela sua correlação com a atividade, subiu de 5,95% para 6,22%.
*AE
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