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“Áreas do megaleilão do pré-sal serão relicitadas em 2020”

Afirmação foi feita pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho

Henrique Gimenes - 06/11/2019 18h59

Senador Fernando Bezerra Coelho Foto: Agência Senado/Pedro França

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que as áreas que não foram arrematadas no megaleilão do pré-sal nesta quarta-feira (6) serão relicitadas em 2020, o que, segundo ele, vai garantir os recursos que prefeitos e governadores esperavam ver em seus caixas até o fim deste ano.

Sem concorrência e com lances mínimos, a Petrobras arrematou duas das quatro áreas oferecidas pelo governo. Na maior delas, teve parceria com as estatais chinesas CNOOC e CNODC.

As outras duas áreas não tiveram interessados, frustrando a previsão de arrecadação, que nas perspectivas mais otimistas chegaram a R$ 106 bilhões. Ao fim do leilão, o valor arrecadado ficou em R$ 69,9 bilhões.

Pela conta inicial, estados e municípios receberiam um total de cerca de R$ 21,5 bilhões. Com a frustração de receitas, prefeitos e governadores devem receber agora apenas algo em torno de R$ 10,5 bilhões.

– Vai ter uma repercussão, vai ser menor. Mas isso não quer dizer que estados e municípios não vão ter esses recursos porque as áreas serão licitadas novamente no primeiro semestre do próximo ano – disse Bezerra Coelho.

E completou.

– Em vez de receber de uma vez aquele número de R$ 21 bilhões, agora, vai receber em torno de R$ 10 bilhões e alguma coisa. E, no próximo semestre, esses recursos vão ingressar – afirmou o líder do governo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse entender que a frustração não deve prejudicar as reformas e que aguarda a avaliação de analistas do setor para entender o que aconteceu.

– [O resultado abaixo do esperado] Não prejudica as reformas. É uma informação negativa, sem dúvida nenhuma. A nossa expectativa é que o setor privado tivesse maior interesse. Agora vamos ver com os analistas do setor por que o setor privado fugiu do leilão de hoje. Nossa expectativa era que as quatro áreas pudessem ter sido vendidas, mas infelizmente faltou interesse do setor privado. É ruim – disse Maia.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, (DEM-AP) também comentou.

– [Prefeitos e governadores] Vão ficar tristes porque eles queriam estes recursos para estabilizar suas contas – disse Alcolumbre, salientando que também não acredita que a frustração do leilão tenha impacto na agenda econômica.

Em outubro, a britânica BP e a francesa Total desistiram de participar do leilão.

A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse que a frustração desta quarta-feira tem que fazer o governo repensar sua forma de fazer política. Ela sugeriu que a Total pode ter saído por influência do governo francês, alvo de ataques recentes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) por causa do episódio das queimadas na Amazônia.

– Acho que é um recado muito claro para o governo parar de causar insegurança política. Cada vez que o governo cria arestas com quem quer que seja, inclusive com países, com políticos, fruto de resultado de eleições, impacta as relações comerciais do Brasil. Por que será que a grande petrolífera francesa desistiu? Houve participação do governo federal da França no sentido dessa desistência ou não? Essa insegurança das falas infelizes do presidente está prejudicando o próprio governo, mas, mais que o governo, o Brasil – afirmou a senadora.

*Folhapress

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