Após reunião, Copom eleva taxa de juros para 11,25% ao ano
É o segundo aumento da Selic no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Henrique Gimenes - 06/11/2024 20h43 | atualizado em 07/11/2024 11h23
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (6), elevar a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, para 11,25 ponto percentual. O aumento em 0,50 ponto percentual representa a segunda elevação da taxa no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao decidir elevar a taxa, o Copom apontou que o “ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
O comitê explicou ainda que em “relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.
Além disso, o Copom comentou os fatores de risco para a inflação. Entre os que poderiam gerar alta estão a “desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.
Já nos fatos que poderiam gerar baixa inflação estão a “desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado”.
– Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego – destacou o comitê.
A taxa Selic é utilizada como referência para as taxas de juros de outras instituições financeiras no Brasil e para remuneração de investimentos.
Leia também1 Cortes de gastos serão anunciados nesta semana, diz Randolfe
2 Venezuela parabeniza Trump e expõe vontade de boas relações
3 Conanda propõe resolução para permitir aborto até o 9º mês
4 Governo aciona a PF após vídeo falso com imagem de Alckmin
5 Após vitória de Trump, Kamala discursa e reconhece derrota