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É fake que termômetro infravermelho causa dano

Informação falsa, sobre suposto relato de enfermeira australiana, foi disseminada nas redes sociais

Pleno.News - 09/09/2020 18h19 | atualizado em 09/09/2020 18h23

É fake que termômetro infravermelho causa dano à glândula pineal. Publicação, com informações falsas, foi divulgada nas redes sociais Foto: Reprodução

Uma fake news a respeito do termômetro infravermelho, bastante usado para checar a temperatura corporal durante a pandemia do novo coronavírus, foi divulgada nas redes sociais. A publicação afirma que o uso do equipamento na testa pode provocar riscos à saúde.

De acordo com a postagem, o ideal é medir a temperatura no pulso ou cotovelo. Entretanto, serviços de checagem apontam que a informação sobre o suposto dano à glândula pineal não está correta.

O Dr. Haris Sair, diretor de neurorradiologia da Universidade Johns Hopkins, disse ao site da agência americana AP, que a glândula pineal não está localizada próxima à testa e sim nas profundezas do cérebro, a vários centímetros do tecido cerebral. Fora isso, os termômetros infravermelhos são projetados somente para captar temperaturas da superfície da pele, como confirmou o site Boatos.org.

O site Universion também publicou um texto, em parceria com a International Fact-Checking Network (IFCN), esclarecendo que aparelhos como o termômetro infravermelho não emitem radiação e, portanto, não causam danos à pele ou a qualquer área do cérebro.

A falsa informação sobre o uso do termômetro trazia um relato de uma enfermeira australiana, mas não apresentou nenhuma prova de que a tal mulher tenha de fato falado sobre o assunto. Além disso, especialistas consideram este tipo de teoria como infundada.

É importante que as pessoas compreendam que termômetros infravermelhos apenas captam a temperatura corporal na superfície da pele e não enviam luz infravermelha ou comprimentos de onda para o corpo das pessoas.

Leia abaixo, a íntegra da fake news disseminada nas redes sociais:

NÃO DEIXO MAIS MEDIR MINHA TEMPERATURA NA TESTA
Depois de ler esta mensagem de uma enfermeira australiana: “Estou realmente preocupada. Comecei a implementar os novos protocolos e uma das minhas novas tarefas é medir a temperatura de cada pessoa. Eu aponto para o centro de sua testa com minha arma em forma de termômetro, puxo o gatilho, espero pelo bipe e registro a temperatura. Sempre peço desculpas à pessoa antes de prosseguir!

Depois de fazer isso uma dúzia ou mais vezes, de repente tive uma percepção: Estamos sendo dessensibilizados ao direcionarmos isso à cabeça e também causando problemas de saúde potenciais ao apontar um raio infravermelho para a glândula pineal? Comecei então a medir a temperatura no pulso, que acabou sendo mais precisa, já que a testa é mais fria do que o pulso e os resultados diferem em mais de um grau em alguns casos. Fui a um shopping center e as pessoas faziam fila para medir a temperatura por um funcionário que obviamente não era médico e não foi devidamente instruído sobre como realizar esse procedimento corretamente.

Muitos ficaram chocados quando chegou a minha vez e eu peguei a arma que estava sendo apontada para minha testa e a redirecionei para meu punho. Falei baixinho, mas com firmeza, e disse ao funcionário que um termômetro infravermelho nunca deve ser apontado para a testa de alguém, especialmente de bebês e crianças pequenas. Além disso, requer conhecimento básico de como ler corretamente a temperatura de alguém, ou seja, colocar um termômetro no punho ou cotovelo é muito mais preciso e muito menos prejudicial. Foi muito perturbador para mim observar crianças se acostumando a ver um objeto em forma de arma apontado para a testa e sem nenhuma reação negativa dos adultos como se isso fosse normal e aceitável. Como profissional da área médica, recuso-me a visar diretamente a glândula pineal, que está localizada diretamente no centro da testa, com um raio infravermelho. No entanto, a maioria das pessoas concorda em passar por isso várias vezes ao dia! Nossas glândulas pineais devem ser protegidas, pois é crucial para nossa saúde agora e no futuro”.

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