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Há 19 anos, acontecia o assalto ao Banco Central. Relembre o caso

Dos R$ 165 milhões furtados, foram recuperados apenas R$ 60 milhões

Mayara Macedo - 06/08/2024 13h00 | atualizado em 06/08/2024 16h32

Assalto ao Banco Central ocorreu em 2005 Foto: VIDAL CAVALCANTE/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

Há quase 20 anos, Fortaleza era palco do maior assalto a banco da história do Brasil. Parecia enredo de filme, mas era realidade. Uma quadrilha cavou um buraco até o cofre do Banco Central e roubou cerca de R$ 165 milhões.

Na madrugada do dia 6 de agosto de 2005, uma quadrilha atravessou um túnel cavado cautelosamente debaixo da Avenida Dom Manuel, em Fortaleza, no Ceará, e roubou
R$ 165 milhões em notas de R$ 50 do Banco Central. O furto, realizado em poucas horas, levou cerca de três meses para ser planejado.

O grupo de criminosos alugou uma casa próxima ao banco, pois precisava de uma boa desculpa para a quantidade de gente que ia transitar por ali e também para as toneladas de terra que sairiam da casa. Por isso, os bandidos tiveram a ideia de colocar uma fachada de empresa de grama sintética na casa. Assim, ninguém ia desconfiar, correto? Correto.

Com o disfarce perfeito, a quadrilha começou a cavar o túnel. E não foi algo feito de qualquer jeito: foi uma verdadeira engenharia para garantir que o buraco não desabasse e que o calor não matasse nenhum dos “operários”. O túnel contava com tapumes, que seguravam a terra, energia elétrica, ventiladores e até ar-condicionado. Ele tinha 80 metros de comprimento, quatro metros de profundidade e 70 centímetros de diâmetro.

Assalto ao Banco Central Foto: JARBAS OLIVEIRA/AE/AE

Para provar que tudo foi muito bem calculado, a quadrilha estava preparada até com máquinas com discos de diamantes para quebrar o chão do banco, que era blindado. Na madrugada do dia 5 para o dia 6 de agosto, o furto começou e eles chegaram à sala do cofre. Os criminosos tiveram ajuda de um funcionário do banco que contou para eles que as câmeras de segurança não gravavam nada, apenas filmavam. Além disso, eles sabiam exatamente onde se posicionar e onde estavam as notas de R$ 50. A ação levou 44 horas, tempo suficiente para os ladrões ainda jogarem cal em tudo para apagar as digitais.

O assalto aconteceu no sábado, ou seja, não havia ninguém trabalhando no banco. O crime só foi descoberto dois dias depois, quando o expediente começou na segunda-feira.

Para dificultar o trabalho da polícia, os criminosos dividiram os R$ 165 milhões entre eles e fugiram, cada um para um canto do Brasil. Alguns foram pegos logo no início das investigações, como José Charles Morais, que comprou dez carros de uma vez com a grana que ele havia usurpado.

Outros demoraram anos, como Marcos Rogério Machado Morais, que chegou a ser preso, mas fugiu. Depois de 12 anos foragido, ele foi capturado novamente, mais precisamente em 2023. E houve um que nunca foi pego: Juvenal Laurindo.

As autoridades apontaram Antonio Jussivan Alves, conhecido como Alemão, como mentor do crime. Ele foi condenado a 40 anos de prisão. Atualmente, ele está em uma prisão de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná.

Ao todo, mais de 100 réus foram condenados pelo Assalto ao Banco Central. Os acusados iam desde quem financiava a quem fazia o trabalho braçal de cavar o túnel. A Polícia Federal estima que, dos R$ 165 milhões furtados, foram recuperados apenas R$ 60 milhões.

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