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Viver só ou com pouco contato aumenta riscos de morte

Estudo mostra relação direta entre solidão e longevidade

Pleno.News - 22/05/2020 09h22

Solidão é fator que aumenta risco de vida Foto: Pixabay

Enquanto palavras como “quarentena”, “confinamento” e “distanciamento social” tornaram-se parte do cotidiano por causa da pandemia do novo coronavírus, pesquisas mostram que viver sozinho e ter pouco contato com a família e amigos aumenta o risco de morte em quase 50%.

Esta é a conclusão de um estudo médico realizado por pesquisadores alemães que acompanham mais de 4 mil pessoas há 13 anos, em média, e que será apresentada neste sábado no congresso da Academia Europeia de Neurologia, que estava marcado para acontecer em Viena, na Áustria, e que será realizado virtualmente.

MENOS CONTATO, MAIS RISCO
Segundo este estudo, aqueles que vivem isolados têm 44% mais chances de sofrer um problema cardiovascular, como um infarto do miocárdio ou um derrame, do que aqueles com fortes laços sociais. Em geral, o risco de morrer por qualquer causa aumenta em 47%.

Pesquisas indicam também que a “falta de apoio financeiro” aumenta em 30% o risco de ter um infarto do miocárdio, ou qualquer outro problema cardiovascular. A pesquisadora Janine Gronewold é do Hospital Universitário de Essen, na Alemanha, que liderou o estudo.

A falta de apoio financeiro significa que não há ninguém que possa oferecer ajuda financeira ou que a ajuda dada por conhecidos não é considerada suficiente para resolver os problemas – disse Gronewold.

– O que este estudo nos diz é que ter relações sociais sólidas é muito importante para o coração, semelhante ao papel dos fatores clássicos, como ter pressão arterial saudável, níveis aceitáveis de colesterol e peso adequado – acrescentou.

Família se reúne em videoconferência e diminui distância e solidão Foto: Arquivo pessoal

RESULTADOS PREOCUPANTES
Estes resultados são “preocupantes” e “de particular interesse no debate atual sobre a pandemia”, que deixou a vida social limitada, ressaltou a especialista.

O estudo isolou o fator de contato social de outros riscos clássicos para o coração, como um estilo de vida pouco saudável devido ao fumo ou à falta de atividade física, para não influenciar o resultado.

Os dados utilizados vieram de 4.316 pessoas com idade média atual de 59,1 anos e começaram a ser coletados para este estudo entre 2000 e 2003. Os participantes começaram sem doença cardiovascular conhecida e ficaram sob acompanhamento médico por 13 anos em média.

No início do estudo, foram coletadas informações sobre os contatos sociais de cada participante, levando em conta se tinham parceiro, relacionamento com amigos e familiares próximos e filiação a organizações políticas, religiosas ou esportivas.

PIOR ENTRE HOMENS
– Ainda não entendemos por que as pessoas que estão socialmente isoladas têm resultados tão ruins – disse Gronewold.

Ela também apontou que o contato e o sentimento de ter alguém que possa ajudar em tempos difíceis é essencial para o “bem-estar psicológico”.

– A sensação de estar integrado e de poder obter ajuda em tempos difíceis nos dá segurança – resumiu.

A pesquisadora afirmou ainda que a falta de apoio financeiro e isolamento social tem consequências mais graves para os homens do que para as mulheres, mas reconheceu que este não é um aspecto que tenha sido analisado de forma sistemática.

Gronewold lembrou que é claro que ter recursos financeiros está geralmente ligado a uma melhor saúde, uma alimentação de melhor qualidade e um estilo de vida mais saudável.

Entretanto, como mostra o estudo, quando fatores como renda, maus hábitos como fumar, ou sintomas como depressão são retirados da equação, aqueles com pouco apoio financeiro e poucos contatos sociais estão em maior risco de morrer.

Alongamento pode ser feito em casa e traz benefícios para a saúde Foto: Pixabay

HÁBITOS SAUDÁVEIS
O isolamento, além disso, é um fator de risco que não pode ser compensado por outros hábitos saudáveis, como o esporte.

– Os resultados do nosso estudo revelaram que o esporte não compensava de forma significativa o risco de isolamento social. No entanto, ser membro de um clube esportivo pode aumentar os contatos sociais e, portanto, melhorar os resultados – argumentou.

A própria pesquisadora admitiu que os resultados a “surpreenderam” e pediu maior ênfase “no ambiente social na prevenção e tratamento de doenças”.

Embora seja cautelosa sobre como o confinamento e a distância social afetarão a saúde, ela previu que “certamente terá um impacto negativo”.

Gronewold salientou que já foi detectado um aumento de suicídios em todo o mundo devido à crise do coronavírus, mas que outros estudos devem ser aguardados para avaliar com mais detalhes como o isolamento afeta a saúde mental e física da população.

*Com informações da Agência EFE

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