Svalbard, última parada antes do fim do mundo
Localizado no Oceano Ártico, o local tem clima extremo e abriga o "cofre do fim do mundo"
Jade Nunes - 07/07/2017 11h12 | atualizado em 12/07/2017 18h58

Svalbard é conhecida como a cidade do fim do mundo. A fama não é à toa. Localizada no meio do Oceano Ártico, no arquipélago vivem apenas 2.200 pessoas. O lugar é inóspito, rodeado por geleiras, com invernos de 16 graus negativos (no verão, 4 positivos) e grandes áreas cobertas por um gelo que nunca derrete. Além da população humana, no lugar ainda vivem 975 ursos polares (um para cada três pessoas).
Mas além dos animais, o tempo também pode assustar quem não está acostumado com a vida selvagem. Isso porque no dia 11 de novembro, todos os anos, o Sol se põe e só volta a nascer em 30 de janeiro. É a chamada Noite Polar, que mergulha a cidade em dois meses e meio de escuridão (e acontece porque ela, pela localização no extremo Norte da Terra, fica desalinhada com o Sol durante esse período). Mas o fenômeno oposto também ocorre. De abril até o final de agosto, o Sol não se põe. São cinco meses de luz constante.
Essa ilha exótica foi descoberta em 1194, quando navegadores vikings avistaram aquilo que chamaram de “svalbardur” (costas frias). Em 1611, tornou-se base para navios caçadores de baleias, mas só viria a ser habitada para valer no começo do século 20. O responsável por isso foi o capitão norueguês Soren Zachariassen, que em 1899 foi a Svalbard e voltou com uma coisa valiosa: carvão. Ele descobriu que a ilha tinha grandes reservas do mineral (afinal, carvão é feito de plantas e animais fossilizados, e há milhões de anos o lugar era tropical e cheio de vida), e isso detonou uma corrida para extraí-lo.
Hoje em dia a ilha tem um novo propósito. Em vez de extraírem minerais, Svalbard agora abriga o “cofre do fim do mundo”. Trata-se da Caixa Forte Internacional de Sementes, fruto de uma parceria da Noruega e da ONU. O cofre guarda sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício. A iniciativa visa salvaguardar a agricultura mundial no caso de catástrofes futuras, como guerras nucleares, queda de asteroides e mudanças climáticas. Svalbard, apesar do frio extremo e ambiente inóspito, ainda pode salvar a humanidade.