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Estudo revela índices de depressão pós-parto

Mulheres que tiveram meninos são mais propensas a desenvolver a doença

Ana Luiza Menezes - 16/11/2018 20h05 | atualizado em 28/11/2018 17h07

Mães de meninos estão mais propensas a terem depressão Foto: Pixabay

A fim de compreender as causas da depressão pós-parto, cientistas têm realizado uma série de estudos. Recentemente, duas pesquisas analisaram o estresse durante a gestação.

Na Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, foram feitos testes com fêmeas de ratos. Assim como acontece com as mulheres, os animais apresentaram diminuição da atenção com os filhotes e sinais de ansiedade e depressão quando foram submetidos a momento de estresse.

Segundo os pesquisadores, as fêmeas tinham uma inflamação em uma área do cérebro que é responsável pelo humor e funcionamento das células imunológicas.

Com os testes, os cientistas identificaram que o estresse muda o funcionamento de células que agem no cérebro. As descobertas podem ajudar a identificar um meio mais eficaz para o tratamento.

– Foi especialmente interessante o fato de não encontrarmos evidências de aumento da inflamação no sangue, mas as observamos nesta área do cérebro, que é importante para a regulação do humor. Estamos realmente animados porque isso sugere que a inflamação no cérebro pode contribuir para a depressão pós-parto – disse Kathryn Lenz, coautora do estudo.

 

 

A segunda pesquisa foi realizada a Universidade de Kent, no Reino Unido. Os especialistas analisaram o histórico de 296 mulheres e concluíram que aquelas que deram à luz meninos apresentavam entre 71 a 79% de chances a mais de desenvolver o problema.

Os pesquisadores ingleses também identificaram outros fatores, como risco de complicações no parto. Eles defendem que medidas de apoio às mulheres podem ajudar na prevenção do desenvolvimento de uma depressão pós-parto.

 

– A DPP é uma condição evitável e foi demonstrado que apoiar as mulheres em risco pode tornar o aparecimento do problema menos provável. A descoberta de que ter um menino ou um parto difícil aumenta o risco oferece aos profissionais de saúde duas maneiras novas e fáceis de identificar mulheres que se beneficiariam especialmente de ajuda adicional nas primeiras semanas e meses – explicou Sarah Johns, pesquisadora da Escola de Antropologia e Conservação da Universidade de Kent.

Apesar das recentes descobertas, é preciso cautela. A uma revista brasileira, Angela Baiocchi, psicóloga e vice-presidente da Associação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef), afirmou que apesar dos levantamentos dos cientistas, é necessário compreender que existem vários fatores que causam o problema.

– Toda depressão, não só a pós-parto, tem fatores biológicos, psicológicos e sociais. Gravidez indesejada, morte do bebê ou de um familiar, criança prematura, com alguma deficiência ou problemas de saúde e até dificuldades financeiras: tudo é fator de risco. Às vezes, os cientistas fazem pesquisas em laboratórios com animais que são submetidos ao estresse, mas estresse é algo generalista. Várias questões podem levar os seres humanos ao estresse – avaliou.

 

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