Padre Fábio de Melo diz que sentiu vontade de morrer
Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele falou sobre as dificuldades que passou em 2017, como a síndrome do pânico que enfrentou
Henrique Gimenes - 29/12/2017 18h08
Em uma entrevista dada ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o padre Fábio de Melo falou sobre seu ano de 2017 e as dificuldades pelas quais passou. Para ele, foi o um dos anos mais difíceis da sua vida, que começou após o suicídio de sua irmã em 2016.
De acordo com o padre, após o acontecimento com sua irmã, algo aconteceu dentro dele, o que foi aumentando ao longo de 2017, até culminar com a síndrome do pânico pela qual passou em julho. Ele disse que ficou 15 dias trancado dentro de casa “sem condições de sair na porta”.
– Foi realmente muito difícil. O ano de 2017 está terminando para mim, e eu me sinto muito feliz, graças a Deus, por perceber que foi difícil, mas valeu a pena. Me sinto muito mais inteiro, muito mais consciente, muito mais lúcido. A gente fica melhor quando abandona as ilusões, quando fica mais real – destacou.
À rádio, o padre destacou que ainda tem medo de que possa acontecer uma recaída e que ele volte a sofrer de síndrome do pânico. Ele disse ainda que, assim como sua irmã, também sentiu vontade de morrer.
– Eu tenho certeza que o que aconteceu comigo foi um sinalizador de coisas muito piores que poderiam acontecer mais para frente, porque eu também senti vontade de morrer. Também senti vontade de desistir de tudo – afirmou.
No entanto, Fábio de Melo também afirmou que não se preocupa em mostrar uma imagem de força justamente por ser padre. Ele diz a que desconstruir essa visão é favorável para ele, já que não precisa ser um personagem”.
– Eu não tenho nenhum receio de me mostrar humano nem tampouco desconstruir essa imagem que as vezes ficou dentro da cabeça das pessoas de que o padre não pode ter problemas, não pode ter conflitos. Eu tenho e muitos, não são poucos não – ressaltou.
Além de falar sobre sua saúde, o padre também falou de outros assuntos, como considerar um problema a política ser utilizada para resolver questões religiosas, e as dificuldades que todos enfrentam na vida. Ele disse que ninguém está imune aos problemas.
– Essa ilusão de que a gente tem de que a vida do outro está um pouco melhor precisa ser perdida. Estamos todos no mesmo mar, todos nas mesmas angústias. Todos na mesma indigência – disse.
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