Ana Luiza Menezes - 31/10/2018 18h47

A estimulação elétrica devolveu a capacidade de caminhar para três homens adultos que sofreram lesões na medula espinhal. A informação foi publicada nesta quarta-feira (31) pela revista científica Nature.

O neurocientista Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, liderou o estudo clínico. O procedimento foi realizado com oito pacientes com lesões medulares há mais de quatro anos e paralisia parcial ou completa dos membros inferiores.

Os responsáveis pelos testes utilizaram um dispositivo que consistiu na implantação de um estimulador no abdômen que se conectava com um campo de eletrodos situado na região lombar, a área na qual se encontram as células que controlam os músculos das pernas. Segundo a revista, após o implante foi feito um mapa de cada paciente para saber onde e como aplicar os estímulos, gerados em tempo real.

O dispositivo simulou a extensão e a flexão das pernas humanas ao caminhar. A máquina também faz com que os neurônios voltem a gerar atividade.

Poucos dias depois do início do tratamento, os pacientes passaram de pisar em uma esteira para ajustar a elevação de seus passos e o comprimento da passada. Após a reabilitação, os pacientes foram capazes de andar com apoio parcial ou com um andador, bem como com o auxílio do aparelho de estimulação elétrica epidural. Finalmente, eles conseguiram recuperar movimentos voluntários nas pernas sem esse suporte.

Segundo a Nature, os resultados representam “um marco tecnológico para melhorar a recuperação neurológica após lesões na medula espinhal”. Essas lesões interrompem a comunicação dentro do sistema nervoso, o que leva à perda de funções neurológicas essenciais e à paralisia.

*Com informações da Agência EFE

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