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Jornalista fala sobre 4 anos de perseguição na Rede Globo

Delisiée Marinho revelou efeitos de assédio por parte de um diretor

Ana Luiza Menezes - 19/09/2019 20h31 | atualizado em 21/09/2019 00h55

Delisiée Marinho Foto: Reprodução

A jornalista Delisiée Marinho deixou a Rede Globo em 2008. Porém, em uma entrevista ao portal UOL, ela relembrou uma perseguição que sofreu na emissora.

Atualmente com 43 anos, a curitibana disse que, nos tempos da Globo, seu sobrenome era creditado como Teixeira. Ela falou também sobre o fato de ter sido a repórter mais jovem a cobrir uma Olimpíada pelo canal, durante os jogos de Atenas, na Grécia, em 2004.

Ao portal, ela confessou que sua saída da Globo não foi por um bom motivo. Foi então, que ela revelou a verdadeira razão.

– Houve um pedido do [Carlos] Schroeder para saber se eu queria ficar ou sair. Mas eu saí por causa de outro diretor. Ele estava me perseguindo há quatro anos. Eu liguei um dia chorando pro Emanuel Castro dizendo que não conseguia mais pisar na Globo, e ele acabou me dispensando naquele mesmo dia – falou.

Na época, Shroeder era o diretor de jornalismo e Castro, o diretor do SporTV. Já o nome do diretor, que fez com que Delisiée quisesse saiu, não foi revelado.

Marinho afirmou que sofreu perseguição e assédio por parte de um diretor da emissora. Tudo começou durante um jantar de encerramento, em Atenas.

– Veio com aquela história: ‘o que você quer, para onde você quer ir, que programa que você quer apresentar? Porque eu posso te dar tudo’. Um papo bem pesado, e eu fingindo que não estava entendendo. Resolvi ir embora da festa – contou ela.

Segundo a jornalista, ele era uma pessoa com muito poder na Globo e todos tinham medo. Por conta da recusa, várias oportunidades na empresa acabaram sendo fechadas.

– Quando voltei para Curitiba, fiquei sabendo que não iria mais fazer Jornal Nacional e nem programas de rede. Liguei para saber o que tinha acontecido e o editor do JN disse que era uma ordem que eles tinham recebido. O Emanuel me contou que tentou interceder nas reuniões do esporte, e o diretor sempre respondia que não queria ouvir falar no meu nome. Cheguei a ir ao Rio de Janeiro para conversar, entrei na sala dele e nem olhou na minha cara. Perguntou o que eu queria, e mandou eu fazer o meu trabalho – lembrou.

Delisiée disse ainda que mesmo com sua mudança para o SportTV, os problemas continuaram.

– Vim pra São Paulo, mas não adiantou muito, não. Era para eu fazer muito automobilismo, mas não viajei nenhuma vez. O tal diretor me cortava de tudo. Fiquei quatro anos assim – relatou.

A situação não chegou a ser revelado a ninguém, durante aquele período.

– Eu era muito novinha. Tinha 27 anos, era repórter em Curitiba. Não levei isso para o RH, não levei isso para o Schroeder. Não levei isso para ninguém. Hoje em dia, jamais deixaria uma pessoa fazer isso comigo – disse.

Entretanto, o estresse provocou vários problemas na saúde da jornalista.

– Tive síndrome do pânico, depressão profunda. Tive doença autoimune, com que convivo até hoje. Fiquei intolerante a glúten e não posso comer nada que tenha leite. Também tive problema na tireóide.

Por conta de tudo o que enfrentava, a saída parecia ser a melhor escolha.

– Eu ia dormir chorando, acordava chorando. Pensei e falei ‘o que adianta eu ficar aqui? Se continuar na Globo, não vou ter nenhuma outra oportunidade. O diretor nunca vai me deixar em paz’. Foi um sonho interrompido – desabafou.

Para ela, apesar de terem passado muitos anos, falar sobre o assédio ajuda, de certa forma, para que ela se liberte. Ela revelou ainda que o diretor acabou saindo da Globo também.

– Não que eu desejasse mal a ele, mas as pessoas mais cedo ou mais tarde pagam pelo que fazem – avaliou.

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