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Neste dia 13 conheça histórias sobre como pequenas atitudes se tornam agentes de transformação

Rafael Ramos - 13/11/2018 08h00 | atualizado em 14/11/2018 01h53

Já dizia o profeta que “gentileza gera gentileza”. Mas, o que leva alguém a ser gentil? Principalmente em circunstâncias onde é quase impossível ser movido por tão nobre sentimento.

De acordo com a especialista em inteligência emocional, Renata Aranega, o ser humano é naturalmente empático e isso tem até explicações neurológicas.

– Os neurônios espelhos nos conectam uns aos outros e nos ajudam a sentir o que os outros sentem. É claro que, devido a lixos emocionais acumulados ao longo da vida, por meio de más experiências, dores, traumas, acabamos nos desconectando dessa nossa habilidade natural. Mas a verdade é que temos tendência à empatia e compaixão. Por isso, a gentileza genuína nasce da nossa natureza de tratar o outro como gostaríamos de ser tratados – explica a especialista ao Pleno.News.

Talvez essa conexão entre os neurônios explicaria porque algumas pessoas, mesmo em situações adversas, não se esquecem do outro e fazem de tudo para exercer o amor ao próximo. Um exemplo vem do empresário Niwton Barros, que aprendeu uma grande lição com a mãe em um período de dificuldade enfrentado pela família.

– Meus pais perderam tudo e a gente não tinha nada. Meu pai era dirigente de uma congregação e uma irmã pediu à filha para ir em nossa casa pedir ajuda. Minha mãe ficou com o coração muito apertado, mas ela confiava que Deus iria prover. Estávamos quase na falência quando Deus usou uma tia para doar uma cesta básica. Minha mãe dividiu tudo e mandou algumas coisas para essa irmã. Aquele gesto foi uma lição gigante para todos nós e foi uma mudança na nossa vida – declara Niwton, que não se esqueceu do aprendizado da mãe e hoje também procura ajudar as pessoas.

Para o pastor Fabiano Tavares, da Igreja Internacional da Graça de Deus em Coelho da Rocha, em São João de Meriti (RJ), gentileza é uma questão de comportamento. Ele acredita que uma pessoa bem resolvida, independente das situações pelas quais esteja passando, tem facilidade em exercer esse gesto.

– Muita gente acredita que ser gentil é uma forma de agradecimento por coisas boas, mas ser gentil é um comportamento. Quem faz gentileza, passa adiante. E assim, é plantada uma questão de que existem pessoas que podem mudar o dia ou até mesmo a vida de alguém – opina o pastor.

É com este mesmo ponto de vista que a digital influencer Marcelle Christine costuma enxergar a vida. Moradora da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ela veio de uma família humilde, mas sempre correu atrás de seus objetivos. Além disso, ela sempre procurou incluir as pessoas em seus planos e assim formar uma corrente de boas ações com todos. Marcelle recorda que sempre gostou de ajudar amigos que precisavam de emprego e ela destaca um desses casos em especial.

– Tenho uma amiga há 11 anos que passou por algumas necessidades. Eu sugeri a ela para fazer uma faculdade de Gastronomia e ela se encontrou no curso. Como tenho contato com alguns famosos, consegui indicá-la para vários clientes e eles a amaram de paixão. Ela conseguiu se estabilizar e colocar a vida dela em ordem. Sei que fui responsável por dar um novo fôlego de vida à minha amiga e isso me faz ter vontade de ajudar mais pessoas, independente de elas serem gratas ou não. É possível a gente mudar a vida de uma pessoa com uma indicação ou uma palavra. Com um simples telefonema você muda a história inteira de uma pessoa – afirma Marcelle.

Dessa forma, a especialista Renata Aranega conclui que cada pessoa é um universo particular. É diante das experiências de cada um que o indivíduo desenvolve uma forma única de encarar o que é certo e o que é errado, o que aproxima e afasta as pessoas umas das outras.

– São muitas as forças conscientes e inconscientes que nos fazem ver o mundo como ele é. E quando temos essa consciência, paramos de classificar tudo como certo ou errado, bom ou ruim, pois irá depender dos olhos de quem vê. A gentileza nos ajuda a olhar o outro com benevolência e dizer: “Penso diferente de você, mas acolho a sua opinião e quero entender um pouco mais como é a sua forma de pensar”.

E como forma de ajudar a desenvolver a gentileza nesse dia 13 de novembro, Renata Aranega separou alguns pontos para o Pleno.News sobre como exercer a gentileza:

1. Primeiramente, seja gentil com você mesmo. Acolha as suas próprias incoerências e imperfeições e não se cobre tanto. Lembre de que você é, hoje, o melhor que pode;
2. Em segundo lugar, reconheça que o outro também tem as suas incoerências e imperfeições, assim como você. Não cobre do outro uma perfeição que você não tem (e que ninguém tem ou terá);
3. Trate o outro como você gostaria de ser tratado. Ou melhor ainda, exercite sua empatia. O outro é diferente de você e, por isso, muitas vezes, prefere ser tratado de forma diferente;
4. Tente compreender e não julgar o modelo mental da outra pessoa. Acione o seu lado observador e tente compreender as razões que fazem o outro ser como é, e pensar como pensa. Fuja da tentação de ouvir e ao mesmo tempo ficar classificando: concordo ou não concordo, é certo ou errado, bom ou ruim. Apenas ouça e acolha;
5. E lembre-se da regra universal, que é sempre atual: gentileza gera gentileza. Comece você o movimento!

O PROFETA GENTILEZA

Figura lendária do Rio de Janeiro, as palavras do Profeta Gentileza são lembradas até hoje Foto: Reproudção

Uma verdadeira personalidade do Rio de Janeiro (e até mesmo do Brasil), José Datrino, o nosso Profeta Gentileza ficou conhecido por suas inscrições nas pilastras do Viaduto do Gasômetro, na Zona Central da cidade. Nascido em 1917, o pregador conhecido pela túnica branca e a barba comprida cunhou em nossa memória a frase “Gentileza gera gentileza”.

Com uma infância sofrida, Datrino abandonou o mundo material em 1961, quando uma tragédia matou 500 pessoas no Gran Circus Norte-Americano, em Niterói. Ele se dirigiu para o local em seu caminhão e plantou jardim e horta fazendo daquele cenário de tragédia o seu lar. Lá ele ensinou as pessoas o real sentido de agradecido e gentileza, adotando assim o nome pelo qual ficou conhecido.

Nos anos 80, ele escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro – do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro – e preencheu com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Em 2000, os murais foram tombados pelos órgãos de proteção da prefeitura do Rio de Janeiro, mas foram alvo de vândalos em 2016. Mas mesmo assim seus ensinamentos permanecem até hoje na vida de muitas pessoas.

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