SP: Grupo pró-vida protesta contra aborto em hospital
Manifestantes foram acusados de agressão
Ana Luiza Menezes - 29/10/2019 21h04 | atualizado em 29/10/2019 21h31

Em São Paulo, representantes do grupo pró-vida 40 Dias Pela Vida acamparam em frente ao Hospital Pérola Byington. Eles protestaram contra a prática do aborto, que no Brasil só é autorizada em casos de estupro, gestações de fetos anencéfalos ou em gravidez com risco de vida.
A manifestação aconteceu no último dia 21 de outubro. Porém, desde dezembro do ano passado, o grupo fica diariamente em frente à unidade de saúde.
Com placas, fotos e miniaturas de fetos, eles, os manifestantes, que são católicos, visam pedir que mulheres não interrompam a gravidez. A organização foi criada nos Estados Unidos e tem filiais em diversos países. A campanha promovida pelo grupo tem como alvo não apenas as grávidas, mas também os profissionais que as atendem, como médicos, enfermeiros e psicólogos.
Entretanto, um dos membros do grupo foi acusado de agressão. Segundo a revista Exame, a advogada Adriana Gragnani viu um manifestante tratar com violência uma das mulheres, em frente ao hospital.
– Abandonei meu carro quando vi o homem que tinha saído da barraca dando um ‘pescoção’ na J., enforcando ela. Comecei a gritar ‘larga, larga e chama a polícia’ – disse Adriana.
O nome da mulher agredida não pôde ser revelado. Ela vai à unidade de saúde para fazer acompanhamento psicológico, após ter sido vítima de um estupro.
Um Boletim de Ocorrência foi feito. O documento contou ainda com a versão de Celene Salomão de Carvalho, que disse ser coordenadora do movimento. Ela falou que J. estava “muito alterada e nervosa” e gritava “que aquelas pessoas eram a favor do estupro e apoiavam o estuprador”, além de tentar “tirar a tenda do local”. Celene afirmou ainda que J. a agrediu com tapas e chutes.
Já Adriana, que socorreu J., afirmou que o grupo pró-vida tem praticado “assédio aos profissionais do Pérola Byington e às mulheres”.
Apesar da confusão, o 40 Dias Pela Vida pretende continuar protestando em frente ao hospital. Eles planejam ações no local até o dia 3 de novembro, data que marca 40 dias de uma campanha internacional contra o aborto.
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