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Emocionado, Kleber Lucas participa de ato solidário

"Eu deixei de ser o adorador e passei a ser o endemoniado", disse o cantor

Gabriela Doria - 11/12/2017 20h46 | atualizado em 13/12/2017 18h25

A emoção marcou a noite desta segunda-feira (11) para Kleber Lucas. O cantor e pastor sentiu-se abraçado durante um encontro realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na unidade do Centro. Lideranças religiosas se reuniram para prestar solidariedade ao artista, que chorou a cada palavra de apoio. No último mês, Kleber foi muito criticado por ter participado de um ato inter-religioso em um terreiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

– É muita hostilidade, muito ódio. Eu estou vendo o pior de um segmento que deveria pregar o amor. Não só comigo, mas com a minha família e a nossa igreja. Eu deixei de ser o adorador e passei a ser o endemoniado. Foi um encontro solidário e eu não me arrependi de ter ido lá, foi lindo. O que precisamos é de uma relação de respeito com o nosso próximo – disse Kleber ao Pleno.News.

O evento desta semana foi organizado pelo babalawô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). Ele convocou toda a sociedade para dar um basta à intolerância e ao racismo. A pastora Lusmarina Garcia, da Igreja Luterana, foi uma das líderes que participaram do encontro. Ela citou Mateus 5:9, bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

– Nós vamos ser atacados, mas esses ataques só nos fortalecem. Ele nos dá a oportunidade de conhecer outras pessoas que também estão nesse caminho de solidariedade – afirmou Lusmarina.

Kleber Lucas foi ao encontro acompanhado da esposa, a pastora Danielle Favatto. Juntos, eles lideram a Igreja Batista Soul. O casal foi vestido com uma camisa especial da Soul com a palavra Respeito estampada junto a símbolos de várias religiões como o hinduísmo, taoismo, candomblé, judaísmo e cristianismo.

ENTENDA O CASO
Um grupo de evangélicos de denominações diversas arrecadou pouco mais de R$ 12 mil para a reforma do terreiro de candomblé em Duque de Caxias (RJ). Em 2014, o local foi alvo de diversas destruições que foram justificadas como atos de cristianismo. A ideia foi da pastora Lusmarina Garcia, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), e abraçada pelo restante da diretoria e membros. Um deles, o pastor Edson Fernando, da Igreja Cristã de Ipanema, viu a ação como fundamental para mostrar que qualquer sentimento que motive um ato de destruição não pode ser justificado como parte da religião.– Não dá para entender o que faz alguém ficar com vontade de ir destruir o espaço do outro. A ideia surgiu para mostrar que isso não é religião, mas que não nos manifestássemos apenas com palavras ou discursos, que fosse algo efetivo – destacou.O pastor afirmou que o plano inicial era arrecadar o dinheiro e entregar de forma anônima, mas o babalorixá Ivanir dos Santos defendeu que um gesto público apontaria para a gravidade da situação dos terreiros.

A doação foi entregue à responsável pelo terreiro no dia 22 de novembro. Na ocasião, Kleber Lucas esteve presente ao lado de líderes de outras religiões e cantou Milton Nascimento com os demais participantes.

– Minha decisão se baseou na causa. Um espaço considerado sagrado para um segmento foi violado pela violência, fruto da intolerância religiosa – explicou.

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