Cuba e EUA criam empresa para pesquisa do câncer
A imprensa estrangeira classificou a criação da companhia como um "passo histórico"
Jade Nunes - 26/09/2018 15h03
Cuba e o centro americano Roswell Park, com sede em Nova Iorque, anunciaram nesta quarta-feira (26) a criação de uma empresa de biotecnologia chamada Innovative Immunotherapy Alliance, que pesquisará e desenvolverá novos remédios e tratamentos contra o câncer.
A companhia mista, na qual o Roswell Park estará associado com o Centro de Imunologia Molecular (CIM) de Cuba, será instalada na Zona Especial de Mariel – um polo de atração de investimento estrangeiro situado 45 quilômetros ao oeste de Havana -, segundo fontes de ambas as partes.
O anúncio representa um marco nas relações entre Cuba e EUA, que passam um momento de tensões depois que o governo de Donald Trump decidiu reverter a aproximação bilateral iniciada em 2014 por seu antecessor, Barack Obama.
A instituição americana revelou a notícia em um vídeo nas redes sociais no qual qualificou como “uma viagem histórica” as relações de cooperação que tem com cientistas cubanos desde 2011, especificamente em relação à comercialização nos EUA da vacina terapêutica CIMAVax-EGF, criada em Cuba.
Este remédio, que será um dos principais produtos da nova empresa mista, mostrou efeitos positivos na hora de prolongar a vida dos pacientes de carcinoma pulmonar não microcítico, um tipo de câncer de pulmão.
Por sua vez, os veículos de imprensa estaduais cubanos classificaram a criação da empresa mista como um “passo histórico” que “permitirá o avanço da pesquisa e o desenvolvimento de novos remédios contra o câncer” para “prolongar e melhorar a sobrevivência de milhares de pacientes nos EUA”.
A primeira companhia de biotecnologia de EUA e Cuba também trabalhará em outros três tratamentos adicionais de imunoterapia, todos eles desenvolvidos em Cuba, para tipos diferentes de tumores.
– Nos primeiros anos, a empresa terá como principal objetivo desenvolver a pesquisa científica e clínica permitindo demonstrar a segurança e efetividade destes inovadores tratamentos nos EUA – ressaltou a imprensa cubana.
Em caso de sucesso nesta primeira fase, e assim que forem obtidas as aprovações necessárias pela agência reguladora de remédios dos EUA, a empresa mista poderá exportar os produtos para que os pacientes americanos tenham acesso.
*Com informações da Agência EFE
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