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Saiba proteger seu animal do barulho dos fogos de artifício

A atenção deve ser redobrada com bichos adultos que são propensos a distúrbios mais intensos

Rafael Ramos - 19/12/2019 13h27 | atualizado em 21/12/2019 17h25

Fogos de artifício podem causar convulsões em animais de estimação Foto: Reprodução

O estouro dos fogos de artifício sempre é uma atração a mais nas festas de fim de ano, seja pelo brilho intenso ou pelo barulho que evidencia a chegada do ano novo. Entretanto, o que para os humanos é significado de festa, para os animais pode ser uma verdadeira tortura.

Um caso assim aconteceu na Argentina, no dia 14 de dezembro, quando uma boxer adulta sofreu um ataque cardíaco depois de uma queima de fogos de artifícios na cidade de Chubut. Magui morreu abraçada ao filho mais velho da dona Antonella Modasjah. A família ainda tentou se comunicar com vários veterinários para atender a cadela, mas Magui acabou não resistindo.

– Ela era nosso animal amado! Magui era velhinha e tinha pavor de pirotecnia. Não sabíamos onde mais colocá-la enquanto os outros se divertiam. Ela estava tendo um momento difícil. Ligamos para todos os veterinários para nos ajudar e nenhum atendeu. A cachorra morreu nos braços do meu filho, enquanto ele implorava que eu chamasse alguém para ajudá-la – disse a dona em um post no Facebook.

O médico veterinário Raphael Reis Machado, graduado pela Universidade Paulista e atuante nas áreas de clínica médica e diagnóstico por imagem do Hospital Veterinário Vet Popular, em São Paulo, explica que os fogos de artifício causam alterações na rotina dos animais por conta da sensibilidade auditiva muito mais aguçada que a dos seres humanos. Raphael ressalta que o risco de infarto é real, mas os animais também podem ter quadros convulsivos.

– Os animais têm algumas partes cerebrais com uma sensibilidade maior e todos os sentidos são mais aguçados. Eles não entendem, se assustam e o comportamento que ele vai ter é uma incógnita. Esse período é ainda mais complicado para animais senis que têm uma propensão a ter alguns distúrbios mais intensos. Existe o risco de infarto, mas os animais que têm um status epilético possuem um fator fisiológico que pode desencadear uma convulsão frente a esse stress com o barulho dos fogos de artifício. Na medicina, a gente tem que evitar esse “pode acontecer” a qualquer custo – disse Raphael ao Pleno.News.

A cadela Magui infartou com o barulho dos fogos de artifício Foto: Reprodução

O veterinário orienta que pessoas que tenham animais com idade acima de 9 anos devem levá-los para uma avaliação geral. O mesmo vale para animais que já tiveram convulsão, mesmo que controlada, para ajustar as doses de medicação. Além disso, pode-se diminuir a intensidade do barulho fechando portas e janelas e estando presente ao lado dos animais mais sensíveis, sempre mantendo a calma junto ao bichinho.

– Mantenha o animal dentro do ambiente em que você esteja, principalmente em um onde ele se sinta mais seguro. Até mesmo um algodão no ouvido pode ser viável, mas sempre tendo o bom senso para saber se tem necessidade ou não. Qualquer intervenção mais brusca, precisa ter uma avaliação física e médica para tentar qualquer medicação.

Em casas com mais de um animal e, caso eles fiquem nervosos durante o estouro dos fogos, Raphael Reis aconselha a deixar uma pessoa responsável para cada um. O próprio dono deve se prevenir colocando guia, peitoral, coleira ou enforcador em animais mais ariscos.

– Pode acontecer do animal ficar nervoso e até aqueles que convivem juntos podem brigar. O tutor tem que tomar muito cuidado porque na hora do nervosismo ele não consegue diferenciar nada e qualquer coisa é um alvo para cessar o incômodo. Vale lembrar de que percepção de qualquer tipo de animal é totalmente diferente. Eles vão se assustar porque não entendem o que está acontecendo. Quanto a animais silvestres, como répteis, anfíbios e aves, aconselho a procurar um veterinário especialista, mas o cuidado é válido para todos.

TRUQUE DO PANO
Uma boa alternativa que pode auxiliar a acalmar seu cão de estimação é atá-lo com um pano para que a circulação sanguínea do corpo seja estimulada. Dessa forma, as tensões e a irritabilidade vão diminuir.

Para isso, basta amarrar o animal no peito e no dorso com uma faixa de pano macio e firme e finalizar o nó na região da coluna. Essa pressão passa a sensação de segurança e o deixa menos agitado.

Truque passa uma sensação de segurança ao animal Foto: Reprodução

A técnica recebe o nome de sua inventora – a especialista em animais Linda Tellington-Jones. Instrutora e autora de 19 livros em vários idiomas, Linda criou o método como forma de ativar vias neurais não utilizadas no cérebro do animal.

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