Saiba como identificar sinais de transtornos em crianças
Uma em cada seis pessoas com transtornos mentais tem entre 10 e 19 anos
Rafael Ramos - 08/10/2019 09h20

Apesar de transtornos como ansiedade, distúrbios alimentares, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), estresse pós-traumático e fobia social serem ligados à vida adulta, tais sentimentos também podem afetar a idade infantil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), das 350 milhões de pessoas no mundo com depressão, cerca de 1% a 2% são crianças, o que equivale a 7 milhões de menores depressivos. Ainda de acordo com a organização, uma em cada seis pessoas com transtornos mentais tem entre 10 e 19 anos.
A demora do diagnóstico acontece porque, em muitas das vezes, os sintomas são confundidos com a conhecida pirraça. Vários fatores podem desencadear esses problemas na psiquê infantil, como abuso sexual ou psicológico e problemas no seio familiar, além da predisposição genética. As chances da criança desenvolver, por exemplo, um quadro de depressão infantil são grandes quando os pais, pai ou mãe, já foram pacientes.
A psicóloga Adriana Severine alerta que os pais devem estar atentos às mudanças de comportamento de forma repentina e prolongada. Atitudes como isolamento, queda do rendimento escolar, irritabilidade e alterações no sono e na alimentação são sinais de que algo não está certo.
– As crianças, até se tornarem adultos, estão formando sua personalidade, seu caráter baseado muito no que observam de seus pais e das pessoas com quem convivem. Por isso, é muito mais importante agir de forma coerente com os valores que você quer transmitir, pois o exemplo significa e marca muito mais que mil palavras. Independente de ser uma educação mais liberal ou mais dura o importante é haver coerência e exemplo – disse a psicóloga ao Pleno.News
Adriana explica que o equilíbrio na educação dos filhos e o diálogo são importantes para prevenir esses transtornos. Buscar ajuda especializada também é importante para que os pais entendem e, ao mesmo tempo, ajudem o filho a entender o que está havendo com ele. Também é necessário que pais que sofreram na infância busquem tratamento para que esse problema não interfira negativamente na criação de seus filhos.
– Está muito difícil saber como equilibrar a educação dos filhos. Então, é importante se informar bastante sobre tudo o que está acontecendo, ler muito sobre as faixas etárias, conversar com outros pais, professores e sempre se manter informado. Acompanhar as coisas que seus filhos gostam para entender o mundo deles, como eles pensam e em que momento de vida estão. E, se houver uma dúvida, procure orientação de um psicólogo para entender qual a melhor forma de equilibrar momentos onde deverá ser mais duro e restritivo e outros onde pode ser um pouco mais aberto. O importante é que haja coerência e que tudo tenho um motivo e um porque facilmente explicável, principalmente quando estamos falando da educação de adolescentes.
De igual forma, a psicóloga e educadora parental Nathalia Pinto Cutrim afirma que crianças podem desenvolver as mesmas condições de saúde mental que os adultos, mas expressam os sentimentos de forma diferente. Ela avisa que é forte a relação entre as psicopatologias infantis e os modelos de educação adotados pelos pais.
– O estilo parental democrático é o mais efetivo porque esses pais estabelecem claramente as regras mostrando aos filhos o que esperam deles, com expectativas sensatas e reais para a criança. Nos lares com pais autoritários a criança é controlada rigorosamente e geralmente não pode fazer escolhas, nas famílias permissivas recebe tão pouco controle que pode ficar insegura com relação ao fazer o que é certo – ressalta Nathalia.
Esteja alerta aos principais sintomas apresentados pelo seu filho. Em caso de dúvida, busque orientação de um profissional da área.
1. Dificuldade na escola;
2. Passa a bater ou intimidar outras crianças;
3. Pode tentar se machucar;
4. Passa a evitar amigos e familiares;
5. Mudanças frequentes de humor;
6. Apresenta emoções intensas, como explosões de raiva ou medo extremo;
7. Apatia, sem energia ou motivação;
8. Dificuldade em se concentrar;
9. Dificuldades para dormir ou está tendo muitos pesadelos;
10. Negligencia a aparência.
11. A criança está obcecada com o peso, a forma ou a aparência dela, quando está comendo significativamente mais ou menos do que o normal.
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