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Conheça a origem dos principais pratos da ceia de Natal

Histórias vão desde a Roma antiga até "remédio" pós-parto

Monique Mello - 20/12/2020 12h00 | atualizado em 21/12/2020 12h21

A ceia de Natal é dos momentos mais aguardados para muita gente.
A ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados para muita gente. Foto: Freepik

O cardápio, certamente, é uma parte especial na noite de Natal. Ainda que cada família tenha sua própria tradição de receitas especiais para a data, algumas iguarias são quase unânimes nas mesas natalinas. No entanto, talvez poucas pessoas já tenham se perguntado a origem dos pratos mais populares nessa época festiva.

PERU ASSADO

O peru é um clássico natalino
O peru é um clássico natalino

Um dos pratos mais famosos da ceia de Natal, o peru tem sua origem relacionada aos povos que habitavam na América do Norte, pouco antes do “descobrimento” pelos europeus. Natural das florestas da América do Norte, a ave já era domesticada e criada pelos astecas e pelos índios norte-americanos há tempos, sendo tratada como um verdadeiro prêmio quando uma tribo dominava outro território. Feito em banquetes, o peru era servido acompanhado por cebolas, alho-poró e um molho à base de pimenta. A ave (que, até então, era chamada de “galinha da Índia”) foi levada para o velho continente e, em pouco tempo, substituiu o cisne, o ganso e o pavão como ave oficial da ceia natalina.

PANETONE

Panetone é um clássico originário da Itália
Panetone é um clássico originário da Itália Foto: Pixabay

A origem do panetone é um mistério. Existem várias lendas sobre sua origem, com uma descrição em comum: o panetone tem origem em Milão, na Itália. Segundo uma das lendas, o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni, que trabalhava na padaria Della Grazia, em Milão, na época de Ludovico, o Mouro (1452–1508). O jovem padeiro, apaixonado pela filha do patrão, teria inventado o pão doce para impressionar o pai de sua amada. Os fregueses passaram a pedir o “Pani de Toni”, que evoluiu para o “panattón” (vocábulo milanês), e depois para “panettone” (italiano).

Segundo outra lenda, o panetone foi inventado na corte de Ludovico, o Mouro, na véspera do Natal, entre os anos de 1494 e 1500. O Natal era uma grande festa, celebrada com grandes banquetes. Em um dos Natais, a sobremesa que havia sido preparada queimou ao ser assada. Um dos empregados da cozinha, chamado Antônio, havia preparado uma massa com sobras de ingredientes que ele pretendia levar para sua casa. Sem outra opção, ofereceu sua massa para servir como sobremesa à corte.

De acordo com a lenda, a sobremesa foi tão apreciada que Ludovico perguntou qual o nome da iguaria. O jovem Antônio, chamado para responder a pergunta, disse que a sobremesa não tinha nome. Ludovico resolveu chamá-la de “Pani de Toni”, dando origem ao nome da iguaria.

NOZES E CASTANHAS

O Brasil possui uma variedade de castanhas, utilizadas em receitas natalinas
O Brasil possui uma variedade de castanhas, utilizadas em receitas natalinas

A associação entre o Natal e as nozes remonta às espécies de nogueira nativas da Europa e Ásia, que dão frutos no fim do outono e começo do inverno. Devido à facilidade de seu armazenamento e valor calórico, acabaram se tornando alimentos bastante consumidos por quem pretende suportar temperaturas extremamente baixas.

Estima-se que as nozes façam parte da dieta dos humanos desde os primórdios da espécie. Contos de Natal, como O Quebra-Nozes, de Ernst Theodor Amadeus Hoffmann, publicado em 1881, ajudaram a popularizar as nozes nos quatro cantos do mundo. No Brasil, as mesas de Natal incluem variantes nacionais, como a castanha-do-pará e de caju, nas receitas.

RABANADA

Na Bahia, as rabanadas são chamadas de "fatias de paridas"
Na Bahia, as rabanadas são chamadas de “fatias de paridas”

A receita feita com pães, leite e ovos foi criada para recuperar mulheres após o parto, no século 15. Natural da península ibérica, o doce foi caindo no gosto do povo aos poucos, e, no começo do século 20, tornou-se um alimento comum nas tabernas de Madri, na Espanha.

Acompanhado de vinho, a rabanada também é muito associada aos períodos religiosos, como a quaresma, talvez pela falta de carne no cardápio. Seus primeiros registros históricos são datados do século 14, em Portugal, e foram feitos pelo poeta espanhol Juan del Encina. Já a primeira receita documentada pertence ao livro de Francisco Martinez Montiño, servidor da Coroa Real da Espanha no período.

Curiosidade: No estado da Bahia, as rabanadas são chamadas de “fatias de paridas”, justamente em alusão à origem da sobremesa.

SALPICÃO

O salpicão é um prato totalmente brasileiro
O salpicão é um prato totalmente brasileiro Foto: Reprodução

Raros são os pratos da ceia do brasileiro que, de fato, nasceram em solo tupiniquim. Um destes escassos exemplos é o salpicão, que contrariando a regra, nasceu, como sabemos bem, aqui, no Brasil. O nome da salada veio da palavra “salpicón”, comum na culinária mexicana e na francesa, que é o ato de preparar um ou mais ingredientes crus ou cozidos, com um determinado tipo de molho.

Já em Portugal, a palavra “salpicão” é atribuída a um tipo de embutido. A versão atual deste prato no Brasil tem seus primeiros registros em meados da década de 50. Entre as variações conhecidas ao paladar brasileiro, os ingredientes que correntemente são atribuídos ao prato são: a maionese, cenouras, batatas, pimentão de varias cores, carne de frango ou peru, salsão e pimenta, além de frutas como abacaxi, cereja, maçã verde e uva passa.

VINHO

O vinho é a bebida garantida em muitas ceias
O vinho é a bebida garantida em muitas ceias

Uma das mais antigas bebidas da humanidade, o vinho tem seus primeiros relatos retratados na China, quase seis mil anos antes de Cristo. O auge de seu consumo aconteceu na Idade Média, quando a forte influência da Igreja Católica baniu a cerveja da Alemanha (considerada bárbara), para que o vinho fosse adotado como bebida oficial nas celebrações cristãs.

BACALHAU

Herança dos portugueses, o bolinho de bacalhau é uma das paixões do brasileiro
Herança dos portugueses, o bolinho de bacalhau é uma das paixões do brasileiro

Assim como outros pratos que compõem a ceia brasileira, o bolinho de bacalhau tem sua origem atrelada aos colonizadores da América. Neste caso, os portugueses. Considerado uma das heranças da culinária mediterrânea, o petisco já era consumido em larga escala há pelo menos dois séculos.

Feito com batata e lascas do peixe, que é fartamente encontrado nos mares da região, esse bolinho teve sua primeira versão oficial documentada em 1904, no livro Tratado de Cozinha e Copa, escrito pelo oficial português Carlos Bandeira de Melo, que adotava o pseudônimo de Carlos Bento de Maia.

FRUTAS

As frutas colorem as ceias no Brasil, um país tropical
As frutas colorem as ceias no Brasil, um país tropical Foto: Freepik

Servir frutas e usá-las para decorar a mesa natalina é uma das variações de um costume antigo, adotado na Roma antiga para homenagear o “solstício de inverno” – a noite mais longa do ano, quando a Terra atinge o ponto mais distante do sol. No hemisfério norte, esse fenômeno acontece por volta do dia 25 de dezembro. Tâmaras, uvas e pêssegos eram banhadas em ouro para ornamentar a casa. Hoje, com a variedade de frutas vendidas no verão brasileiro, a ceia ganhou uma variedade tremenda de cores e sabores.

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