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Alerta: Demônio se passa por amigo de criança em música

Psicanalista alerta sobre os riscos de banalizar o mal para as crianças

Rafael Ramos - 06/08/2019 11h04 | atualizado em 07/08/2019 12h38

Bob é uma música que fala sobre um estranho amigo imaginário Foto: Reprodução

Lançada em junho, a música Bob, do cantor Kamaitachi, aparentemente é uma canção infantil, até mesmo pela sonoridade lúdica. Mas basta conferir a letra para observar que o conteúdo é muito mais pesado.

O lyric vídeo lançado no canal do artista no YouTube acumula mais de 3 milhões de visualizações. Na imagem do vídeo aparece uma criança, feita em traços bem cartunescos, de mãos dadas com seu amigo imaginário Bob. O estranho é que Bob aparece como uma figura negra e de semblante assustador.

A letra de Bob inicia com uma fala da criança dizendo que os pais precisam conhecer seu novo amigo. Ao longo da canção, um trecho diz “Bob diz que é filho de um anjinho que foi caído / E toda vez que se acende a luz do quarto / Fica espantado / Por isso ele inverte o crucifixo / Ele rabisca o meu braço com desenhos estranhos / Queima a Bíblia e outros santos / E diz que nenhum querubim encostará em mim”.

Kamaitachi acredita que Deus e o diabo são importantes para a humanidade Foto: Reprodução

Diante da repercussão da música, Kamaitachi, nome artístico de Rafael Gonçalves, rebateu as críticas que vêm recebendo por causa da música. Criado em família evangélica, ele conta com quase 200 mil seguidores no Instagram.

– O mal não é a cruz invertida. Tudo depende do ponto de vista. Deus e o diabo são importantes para a humanidade. Querendo ou não, foi o próprio diabo quem deu sabedoria aos humanos. Deus trouxe a regra da sabedoria com os Dez Mandamentos – comentou nos Stories.

Apesar da música não ser voltada para o público infantil, a psicanalista Jucimária de Souza Mendes Oliveira explica que toda criança tem um processo fantasioso muito acentuado e usa esse campo do imaginário até os sete anos. A música do Bob acaba sendo, de certa forma, uma ferramenta para acentuar o mal.

– A criança vive nesse processo de fantasia e cria, por exemplo, o Papai Noel e a Fada do Dente. A criança não entende claramente que é algo maligno, mas isso está ali como uma memória que vai permeando o inconsciente dela. Isso vai entrando no campo da normalidade e é muito perigoso. Perde-se a noção do bem e do mal que é o que norteia a nossa vida e os parâmetros fundamentais de escolha – disse Jucimária ao Pleno.News.

Jucimária contou que, em seu consultório, já atendeu crianças que praticaram travessuras e pequenos furtos e alegaram terem sido motivadas por uma voz dentro da cabeça. Dessa forma, ao perder a noção de bem e mal, a criança se torna hedonista, ou seja, ela vive pelo prazer e não vê problema em mentir, roubar e enganar.

ATENÇÃO AO CONTEÚDO
Envolvida com o ministério infantil, a cantora Cristina Mel classificou a canção do Bob como algo assustador. Ela afirma que é uma forma do mal atingir as crianças e as famílias.

– Antigamente, tudo era muito mais velado, mas hoje é tudo muito escancarado. Você vê no vídeo que a criança não tem apoio dos pais e quem segura a sua mão é o próprio inimigo. Os pais precisam despertar e muitos estão perdendo seus filhos dentro de casa.

Cristina Mel alerta para o conteúdo que as crianças consomem em casa Foto: Reprodução

Mel alerta que os pais precisam estar atentos a todo o conteúdo absorvido pelos filhos e até mesmo quem são os amigos da criança.

– Quem são os amigos imaginários e com quem o seu filho tem falado? Existem os imaginários e aqueles que querem adotar nossos filhos como alguns youtubers que não respeitam nem temem a Deus e se tornam ídolos dessa geração. É importante ter acesso à senha no celular, ver as conversas do WhatsApp, quais sites foram acessados e ter cuidado com os amigos que estão na sua casa. Existe uma onda de depressão muito grande e um culto ao suicídio. A gente precisa trazer os filhos de volta para a casa e para perto do coração.

A cantora Vaneyse, que também tem um ministério voltado para as crianças, avisa que os pais precisam estar atentos a qualquer comportamento estranho dos filhos.

– Os pais precisam estar atentos ao que essas crianças têm tido acesso. Não só pela questão espiritual, mas pelo conteúdo impróprio para a idade dela. A criança é uma esponja e vai absorver tudo o que passar para ela. Isso vai mexer com muitas coisas que norteiam a vida dela e que são desencadeadas por coisas espirituais.

BATALHA ESPIRITUAL
Testemunha de casos de crianças que sofreram influências espirituais por causa de músicas e filmes, Vaneyse vê a família como parte importante na formação da criança.

– O diabo tem muita sede na vida das crianças e vai fazer de tudo para que a Palavra de Deus não consiga alcançá-la. A família tem total importância e influência na formação espiritual de uma criança ao longo de sua vida.

Vaneyse reforça que é importante estar atento ao desenvolvimento da criança Foto: Divulgação/Roberto Rodrigues

A professora da classe infantil da Assembleia de Deus na cidade de Cabo Frio (RJ), Luciene de Souto Valério, alerta sobre as muitas mensagens subliminares presentes na mídia. Ela lamenta que até mesmo algumas igrejas têm duvidado da atuação do mundo espiritual.

– Essa música repercute de tal maneira porque o autor deixa bem claro que o amigo imaginário é um demônio. O perigo é muito grande porque as pessoas minimizaram a ação de Satanás e as coisas estão muito normais. As crianças são a igreja de hoje e, se não cuidarmos delas agora, o inimigo vai destruí-las e assim destruir a igreja.

LIDANDO COM O IMAGINÁRIO
A psicanalista Jucimária de Souza orienta que os pais não precisam ficar assustados e é preciso muita didática para ensinar os filhos a lidarem com esse amigo imaginário. Associado a isso, ela reforça o cuidado com qualquer conteúdo que essa criança venha ter acesso.

– Explique para a criança que o amigo imaginário está na mente dela, mas não está aqui de verdade. Ela pode imaginar o mundo de dinossauros, o dragão saltando fogo, mas, assim como o desenho não sai do papel, o que ela imagina não vai sair da mente dela. É preciso trabalhar de forma lúdica, sem invadir o processo fantasioso dela – conclui.

E esse trabalho de orientação e explicação por parte dos pais ainda tem sido muito superficial ou até inexistente. Jucimária alerta que famílias desestruturadas têm dificuldades de reforçar a educação e a proteção aos filhos com relação a questões que parecem inofensivas. É o diálogo constante e o monitoramento estratégico dentro da família que poderá gerar benefícios de aprendizagem e saúde emocional.

– Isso muda a vida de uma criança e ajuda, por exemplo, na melhora da ansiedade. Crianças que recebem acolhimento dos pais se tornam mais atentas e mais focadas em aprendizados para a vida. A família é esse chão, onde a cultura infantil vai sendo firmada. A família impacta diretamente a criança e tem influência para que ela se torne um adulto seguro ou não. Se a família for forte, esse adulto vai estar pronto para todas as batalhas da vida. Famílias fortes geram adultos seguros e cheios de expectativas para o futuro – concluiu.

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