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Lílian Júlia fala sobre como lida com a filha portadora de autismo e outras síndromes ainda não identificadas

Rafael Ramos - 06/05/2019 09h00 | atualizado em 09/05/2019 17h41

Mãe de Júlia, de 12 anos, e Jessyka, de 5, a doméstica Lílian Júlia dos Santos ainda estava amamentando a segunda filha quando se descobriu grávida de mais uma menina – Jhoyce. Apesar da surpresa, a notícia foi recebida com felicidade pela moradora de Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Porém, o susto veio na sala de parto.

– Os médicos não queriam fazer a laqueadura por ela aparentar ter algum tipo de síndrome, mas não sabiam qual. Ninguém queria me informar nada a respeito da minha filha. Quando a vi pela primeira vez, meu corpo travou uma luta. Uma parte de mim queria correr, a outra não queria sair de perto dela por nada – relatou Lílian ao Pleno.News.

Lílian e as três filhas Foto: Arquivo Pessoal

Jhoyce ficou 12 dias internada na UTI neonatal e até hoje os médicos não conseguiram fechar o diagnóstico da menina. Ela é estudada por uma equipe do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Aos 2 anos, identificaram um grau de autismo, mas as pesquisas continuam.

– No início, passam milhões de coisas na sua cabeça e comecei a sentir medo por ela. Eu olhava para ela e pensava o que houve para ela nascer assim, já que todos os exames deram normal. Mas ela é minha bebê, meu milagre. Eu a agarrei no colo e disse: “Vou te proteger e lutar por você e com você contra tudo e contra todos se for necessário”.

Jhoyce ficou 12 dias internada na UTI Foto: Arquivo Pessoal

Lílian recorda que os médicos evitaram falar sobre o estado da filha. A equipe sempre desconversava quando perguntada sobre o diagnóstico.

– Foram 12 dias sem descanso e dormindo 2 horas por noite. Os médicos falaram que ela não sobreviveria ou que ia ficar com sequelas. Ela demorou mais de um ano para falar, mas, mesmo com um pouco de dificuldade, a Jhoyce fala, ela anda, corre e se desenvolve como uma criança normal – testemunha a mãe.

Lílian recorda que, no início, o esposo Jonas não sabia lidar com a situação, mas hoje ajuda a cuidar da filha. Mesmo sem um diagnóstico fechado, a família segue acompanhando o desenvolvimento da pequena Jhoyce.

Na escola, ela teve dificuldades para se adaptar. Afinal, como diz a mãe, “as crianças não são criadas para respeitar as diferenças”. A menina chorou por um ano até se acostumar com o novo ambiente. Apesar de se isolar, às vezes, ela tem conseguido avançar na instituição.

– Até hoje não consegui a fonoaudióloga para ela. Infelizmente, as vagas são bem limitadas, mas um dia eu creio que vou conseguir. Ela tem o lado direito do corpo todo menor que o esquerdo e, às vezes, ela cai ao andar ou correr.

“SEJA A FORTALEZA QUE ELES VÃO PRECISAR TER”
Sou mãe e mãe luta pelos seus filhos, sejam especiais ou não. Vê-la superando tudo isso me dá forças. Não posso desanimar nunca.

Ser diferente tem seus obstáculos, mas também tem o lado de que eles são capazes de ser o que quiserem. Eu me peguei amando de uma forma diferente, é um amor de mãe, de leoa, de lutadora, de protetora. Somos capazes de amar e lutar por eles.

A menina conta com todo o apoio da família Foto: Arquivo Pessoal

Não se rendam à sensação de medo do início. Às vezes, Deus coloca essas crianças cheias de amor pra gente cuidar. Não tenha vergonha se alguém ficar olhando. Abrace com muito amor, beije, cuide e ame porque você vai se surpreender com a força que elas transmitem.

O mundo nem sempre vai tratar bem. Nosso amor e cuidado vão dar forças para eles vencerem dificuldades e preconceitos. Seja a fortaleza que eles vão precisar ter!

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