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Youtuber falou com exclusividade ao Pleno.News

Gabriela Doria - 15/08/2020 16h49 | atualizado em 15/08/2020 19h04

Antonia Fontenelle abre o jogo sobre irmãos Neto, Xuxa e o canal infantil Na Lata Kids Foto: Reprodução

Desde que ousou denunciar, nas redes e na Justiça, conteúdos dos vídeos dos irmãos Felipe e Luccas Neto, a atriz e youtuber Antonia Fontenelle se tornou uma das vozes mais ativas na defesa das crianças. Não a toa, a empresária conquistou o apoio de milhares de mães e pais Brasil afora, todos preocupados com a influência dos irmãos Neto na educação de crianças.

O movimento foi tão grande que a hashtag #MãesContraFelipeNeto chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter. E a mobilização deu resultado. Após alguns dias, Antonia anunciou a criação da Associação Mães do Brasil, cujo objetivo é auxiliar e conscientizar os pais na proteção dos filhos. E não para por aí. A dona do canal de entrevistas Na Lata também irá estrear o Na Lata Kids, para entreter e educar os pequenos, criando um instrumento poderoso de resgate da infância e de combate as más influências.

A vitória mais recente da empreitada de Antonia aconteceu esta semana, quando o Ministério Público Federal e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos aceitaram a denúncia da atriz contra o livro “Felipe Neto: A trajetória de um dos maiores youtubers do Brasil”, em que o youtuber faz perguntas de cunho sexual para as crianças.

Em entrevista ao Pleno.News, Antonia contou como funcionará o Na Lata Kids, revelou seu sentimento ao enfrentar Felipe e Luccas Neto na Justiça e abriu o jogo sobre as críticas à Xuxa Meneghel.

Qual será a contribuição do canal Na Lata Kids na educação das crianças? O que você irá abordar?
Vamos abordar basicamente a moral e cívica. Vamos resgatar valores que não existem mais. Faremos uma espécie de jornalzinho, com bonecos, e iremos trazer conteúdo de cunho educativo. Ensinando a como tratar o professor, como respeitar o próximo, os pais… Coisas básicas que crianças precisam aprender. Tudo muito animado, muito colorido e sem ser didático, para não ficar chato.

Recentemente, você anunciou a criação da Associação Mães do Brasil. Do que se trata o grupo e o que os pais devem esperar dele?
É um trabalho de atendimento aos pais. Nossa missão é conscientizar os pais na educação dos filhos e combater a erotização infantil. Vejo muitos pais erotizando seus filhos na internet e acredito que eles não tenham a consciência do que estão fazendo. Por isso a importância do trabalho de conscientização. Além disso, vamos ter uma biblioteca virtual e um canal de atendimento para pais que estejam com problemas com os filhos. Se precisarem de um psicólogo, teremos voluntários. Estamos montando um banco de dados de profissionais do Brasil inteiro dispostos a ajudar, desde psicólogos e pedagogos a advogados e assistentes sociais.

O que espera da batalha judicial contra os irmãos Neto? Vale a pena encarar esse processo e até mesmo um eventual prejuízo financeiro para defender seus ideais?
Não terei prejuízo financeiro. O que acontece é o desgaste emocional, de tempo, isto requer uma demanda, incluindo o que diz respeito a pagar os advogados. Mas dinheiro para eles não vai rolar, porque eu não devo nada a eles. Acho que é um trabalho de conscientização o que estou fazendo e que vai valer muito a pena tudo o que estou passando. Já está valendo, porque estou abrindo os olhos dos pais.

Você vê na prática os perigos que conteúdos dos irmãos Neto podem causar nas famílias?
Recebo diariamente vídeos de pais relatando coisas terríveis. Tenho registro de um pai afirmando que a filha estava desenvolvendo obesidade porque só queria comer doce, influenciada pelo canal do Luccas. Outro foi um pai descrevendo que a filha tomou remédios porque viu que se tomasse remédio viraria super-herói. Ela tomou medicamentos dos pais e foi parar no hospital. Teve um pai que afirmou que a criança colocou fogo na TV após ver no canal do Felipe uma brincadeira com um maçarico de cozinha.

Pode citar algum material que chamou a atenção?
Tem um livro do Felipe Neto [“Felipe Neto: A trajetória de um dos maiores youtubers do Brasil”], totalmente voltado para crianças, que traz um jogo em que pergunta “Com quem você quer casar, trepar ou matar”. E a criança responde, por exemplo, “ah, eu quero trepar com o Neymar e engravidar”. Ou então pergunta: “o que você quer fazer com o Kid Bengala?”. Ora, o Kid Bengala é um ator de filmes adultos. Então não é um conteúdo voltado para crianças. Se isso não é erotizar crianças, eu não sei mais o que é. […] Fiz uma varredura pelo YouTube e vi que a coisa, em geral, está terrível. Se a gente não tomar uma providência agora, não vai ter volta.

Além da disputa na Justiça contra os irmãos Neto, houve também a crítica à Xuxa por ela ter se solidarizado com eles. Sendo um trio de pessoas influentes na cultura infantil, você não teme algum tipo de boicote, por parte de anônimos ou famosos?
Eu não briguei com a Xuxa, apenas falei o quanto ela me decepcionou ao apoiar um cara que leva um conteúdo torto para as crianças. Ela, que a vida inteira ganhou dinheiro com crianças. O que qualquer outro artista vai lá e fala, não me decepciona, mas vindo dela me decepcionou sim. Sobre boicote, já estou estou sofrendo. Já tem pessoas criando canal Na Lata Kids, fakes para confundir meus seguidores. Já criaram redes sociais com o nome Na Latinha Kids, tudo isso na tentativa de me minar, tirar minhas possibilidades. Mas o nome já está registrado, está tudo certo. E eu vou punir cada um que tentar me atrapalhar, já tenho um corpo jurídico só para isso. O que eles querem é manter as crianças dentro dessa doutrinação que, para eles, é conveniente, porque a criança de 10 anos hoje é o eleitor deles daqui a seis anos. O que eu puder fazer para impedir isso, eu vou fazer.

A Xuxa anunciou um livro para crianças que abordará o tema da diversidade sexual. O que acha disso?
Eu não posso falar pois não sei qual é o conteúdo e porque não sei o quão informativo esse livro vai ser. É um assunto que não podemos ignorar, temos que falar e informar para as pessoas sobre os LGBTQI. Não vou comentar porque não seria uma pessoa justa em julgar o que eu não li.

Esperava o apoio e a mobilização de tantas pessoas nessa “cruzada” pelas crianças?
Eu realmente não esperava. Quando eu postei o vídeo questionando esses absurdos das falas dos influencers, eu não imaginei essa comoção toda, esse apoio genuíno de mães do Brasil inteiro, de lugares que eu nem sabia que existia. Acho que essa repercussão tem o dedo de Deus. Porque era um vídeo que estava rolando na internet e todo mundo comentava mas não dava em nada. Foi só eu questionar que gerou essa grande confusão, que tenho certeza que foi só para o bem, nada é por acaso. Eu continuo firme. Isso levou a coisas maiores, a necessidade de ajudar esses pais que choveram nas minhas redes pedindo ajuda. Pais que precisavam de uma voz. Então, se as coisas vieram dessa forma torta, que seja. Estou aqui firme e forte para ajudar.

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