Leia também:
X Como liderar em uma era de divisão e desrespeito?

O ranking da FIFA

O ranking da FIFA sempre foi um critério de classificação difícil de entender

Sergio du Bocage - 21/11/2017 15h05

 

O ranking da FIFA sempre foi um critério de classificação difícil de entender. E até mesmo as seleções nem davam tanta atenção assim, até que, a partir de 2010, a FIFA resolveu que os cabeças de chave da Copa seriam definidos a partir desse ranking. A situação ficou ainda mais complicada quando o mesmo critério valeu para definir os grupos das eliminatórias europeias. E aí, nessa situação, a Copa da Rússia fica privada de duas seleções tradicionais, por conta desse critério – a Itália e a Holanda.

As duas caíram em grupos onde havia outras seleções tradicionais – e campeãs do mundo – enquanto em outros quatro grupos não havia uma sequer, dessas que fazem falta a qualquer competição de alto nível. Você pode até alegar que elas tiveram chances iguais às demais e que os italianos há duas Copas sequer passam da primeira fase. É verdade, mas uma seleção com tanta tradição sempre dá um brilho a um Mundial.

Das 20 primeiras colocadas desse ranking, quatro não vão à Rússia – o Chile, de Alexis Sánchez, 9º colocado; o País de Gales, de Gareth Bale, 14º; a Itália, de Buffon, 15ª; e a Holanda, de Robben, 20ª. Mas quem também vai fazer falta são os Estados Unidos, que estão em 27º. E essa ausência será sentida não só no aspecto esportivo – o futebol evoluiu por lá -, mas também no econômico. A Fox investiu 200 milhões de dólares para transmitir até trezentos e cinquenta horas da Copa do Mundo para os EUA. Os americanos compraram 204 mil ingressos na Copa de 2014 e só foram superados na audiência pela TV por chineses e brasileiros. Em relação à Copa de 2010 houve um aumento de 39%. Com a seleção fora, imaginem como isso vai ser e o impacto disso até para o país organizador e para os patrocinadores da FIFA.

Os grupos estão definidos para o sorteio do dia 1º de dezembro. No pote 1, dos cabeças de chave, estão Rússia, país-sede, os campeões mundiais Alemanha, Brasil, Argentina e França, e mais Portugal, Bélgica e Polônia. No pote 2 teremos mais três campeões – Espanha, Inglaterra e Uruguai. Ou seja, no sorteio dos grupos, poderemos ter dois campeões se enfrentando já na primeira fase, com o risco de alguém ficar pelo caminho.

Já que o futebol se orgulha de seu profissionalismo e do dinheiro que movimenta pelo mundo, não seria interessante se repensar esse critério de classificação? O histórico e um título mundial não poderiam ter um peso maior que o ranking da FIFA?

TÊNIS NO RIO

O Rio de Janeiro sedia, de 20 a 26 de novembro próximos, o Torneio Internacional Challenger de Tênis – Rio Tennis Classic, no Country Club de Ipanema. Com uma lesão no tendão de Aquiles, o paulista Thomaz Bellucci está fora da competição. Os organizadores vão prestigiar a nova geração do tênis brasileiro e convidaram para a disputa o paranaense Thiago Wild e o carioca Christian Oliveira. O carioca tem 17 anos e nesta temporada marcou seu primeiro ponto na ATP ao furar o qualifying e vencer a rodada de estreia de um torneio ITF Future, na Áustria. No início do mês, ele foi vice-campeão de duplas do Future de Antalya, ao lado de Felipe Meligeni Alves. Ele nasceu na comunidade carente Gardênia Azul e conheceu o tênis através do pai, que é professor.

Ficamos na torcida pelas promessas do nosso tênis.

 

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
Siga-nos nas nossas redes!
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.