Pr. Lucas - 11/12/2017 17h29

Quem quer morrer ? Só aqueles que querem pôr um fim a uma vida que consideram ruim. Certo? Quando penso sobre a morte, eu concluo que ela nunca foi um destino, mas sempre uma escolha.

Você deve estar dizendo agora: “Isso é loucura, a morte é o destino de todo mundo”.

Eu gostaria de começar a definir com você o conceito de morte pela ótica humana e pela ótica de Deus.

Uma coisa posso garantir a você: Falando da morte, vamos encontrar, ao fim de nossa conversa, a verdadeira VIDA! Fique comigo!

“Então, o Eterno plantou um jardim no Éden, no lado leste, e ali pôs o Homem, que havia acabado de criar. O Eterno fez que nascessem da terra árvores belas e de todo tipo, que forneciam alimento. E, no meio do jardim, estavam a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. E o Eterno ordenou ao Homem: ‘Você tem permissão para comer de qualquer árvore do jardim, menos da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Dessa, não poderá comer. No mesmo momento em que comer dessa árvore, você morrerá'” (Gênesis 2:8,9 e 16,17 – versão A Mensagem).

Observe dois pontos comigo:

1. As duas árvores;
2. A restrição e a consequência contida na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.

Quando observamos a ordem de Deus de comer livremente de “todas” as árvores, exceto uma, eu concluo que a árvore que se chamava Árvore da Vida, estava acessível para se alimentar dela. Essa árvore é muito especial. Vejamos detalhes a respeito dela no livro de Apocalipse:

“Então, o Anjo me mostrou o rio da Água da Vida, brilhante como cristal. O rio fluía do trono de Deus e do Cordeiro, direto para o meio da rua. A Árvore da Vida estava plantada em cada lado do rio, produzindo doze tipos de fruto, um fruto maduro por mês. As folhas da Árvore servem para curar as nações. Nunca mais haverá maldição” (Apocalipse 22:1-5 – Versão A Mensagem).

Perceba que ao relatar uma visão do céu, o apóstolo João narra um cenário parecido com o jardim do Éden. Ali está a Árvore da Vida, e ela é a razão de não haver mais enfermidades e nem morte. Ou seja, as pessoas no Céu comerão do que Adão comia: da Árvore da Vida.

Tenho a impressão de que o objetivo de Deus é retomar o plano inicial daquilo que o homem desperdiçou.

Mas voltando a falar da Árvore da Vida, ela mantinha Adão, o primeiro homem, na condição de não provar a morte, de ser imortal. Até porque, a morte não fazia parte do plano de Deus! No entanto, Deus restringiu o acesso do homem a outra árvore que se chamava Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Pois, uma vez que o homem comesse dessa árvore, a morte entraria em vigor para aniquilar a permanência da vida.

Assim, o homem possuía a vida. A vida era o plano de Deus. Mas havia uma abertura para a vida temporária, havia uma possibilidade de morrer. Então, o homem, acreditando que alcançaria mais entendimento, aceitou, escolheu, optou pela morte! Você conhece a história. Está lá na Bíblia. O homem fez uma escolha, e morrer foi uma aquisição da humanidade ao desprezar a vida de Deus.

Antes, em uma expansão de vida chamada eternidade, o homem escolheu morrer para possuir conhecimento. Hoje, em uma expansão curta de vida que dura em média de 75 a 80 anos, ainda escolhemos matar o pouco de vida que temos.

Vou refazer essa frase última frase: Quando o homem era eterno, ele escolheu morrer. Hoje, o homem é temporário e continua escolhendo morrer.

Você deve estar tentado imaginar onde quero chegar, né?

Bom… Em nosso mundo moderno, estamos tentando economizar tempo para viver a vida. Não plantamos nem colhemos mais a verdura no campo; já compramos ela pronta. Em alguns casos, a verdura já vem até lavada e fatiada. Também não caçamos para nos alimentar; vamos até o açougue e pedimos o quilo de carne que pretendemos levar. Outra coisa, não precisamos cozinhar; na pressa da vida, os donos de fast-food já economizaram tempo para nós; compramos, comemos e pronto. Além disso, não precisamos fazer uma tarefa de cada vez; podemos otimizar nosso dia com softwares e aplicativos disponíveis. Algo que não precisamos mais é viajar para visitar nossos amigos e familiares distantes; pois temos o Skype, WhatsApp, Facebook, FaceTime, webcam, Instagram e tantas outras ferramentas de comunicação. Por outro lado, não precisamos mais conquistar um par romântico; temos os sites de relacionamentos encomendados. De igual modo não precisamos andar; temos veículos que viabilizam a velocidade para a nossa vida… E, eu poderia ficar aqui por horas e horas descrevendo todas as coisas que chamamos de vida. Mas que, na verdade, substituíram a vida!

Hoje, quando encontramos um amigo, nossas saudações iniciais são assim:

Fulano: “Olá tudo bem? Como você está? Faz um tempão que não te vejo!”

Beltrano: “Pois é, eu tô na correria…”

Fulano: “Vê se aparece…”

Beltrano: “Claro… Sabe como é né? Tá uma loucura! Mas vou passar lá sim. Tchau”.

Infelizmente temos muitas justificativas para nossa ausência de tempo para viver e amar. Temos desculpas para não nos relacionar, sair com a esposa, visitar os pais, ir à igreja ou sentar a uma mesa para simplesmente bater papo com os amigos.

No entanto, apesar de darmos desculpas para essas coisas, para o contato com pessoas, que é tão vital; apesar de não termos tempo para viver as coisas realmente importantes da vida, é incrível que encontramos tempo para fazer uma “maratona” assistindo séries maneiras. Ou tempo para dar muitos likes na internet, de trocar mensagens, de visitar sites, fazer compras online, entre outras coisas que eu poderia classificar como superficiais.

O que estou querendo chamar à atenção é porque estamos abreviando nossa morte com o que chamamos de estilo de vida. Percebe?

Uma pessoa que dorme, em média, 8 horas por dia; dorme, em média 25 anos, em 75 anos de vida. Uma pessoa que trabalha 6 horas por dia, em média, terá aos 75 anos de idade trabalhado 23 anos. Pense comigo: Trabalhando 23 anos e dormindo 25 anos, gastamos 48 anos. Assim, sobrariam somente 22 anos, em uma vida de 75 anos, para visitar amigos, curtir a família, conhecer lugares, brincar e se divertir. Digo isso, mas não estou contabilizando o tempo que gastamos nas redes sociais, na frente da TV, ou com fone nos ouvidos.

Então me vem à pergunta: “Em 75 anos, quanto tempo de fato é viver?!”

Consegue perceber onde quero chegar? Porque, infelizmente, continuamos a escolher morrer! Assim vamos nos matando aos poucos com o que comemos, com as doenças que surgem por causa do estresse, com as aventuras emocionais, com o desafeto, com o desmatamento do planeta… Enfim…

Ainda somos como Adão, escolhemos a Árvore da Morte em vez de escolhermos a da Vida!

Você conhece alguém que na hora da morte pediu mais um dia para trabalhar, ou mais dia para assistir sua série preferida, ou mais um dia para acessar suas redes sociais? NÃO!

Sabe para quê as pessoas pediriam mais um dia ? Para fazer tudo o que não fizeram durante seus anos de vida. Elas pediriam mais um dia para viver! Mais um dia para abraçar sua família, para brincar com seu filho, para beijar seus pais, para visitar seus amigos, para viajar e conhecer o mundo!!!

Poderíamos definir assim a forma como as pessoas escolhem viver: Uma vida para morrer e um dia para viver!

Agora, acompanhe comigo este ensino de Jesus que é muito profundo: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:25).

Que convite mais estranho! Eu tenho que perder a vida para acha-la?

Quando vamos tentar decifrar o que Jesus entende por vida, nos deparamos com alguns ensinos:

• “Não ande ansioso com coisas materiais, olhe os pássaros que são supridos por Deus, voam alegremente, comem, residem, viajam, namoram, procriam e cantam o tempo todo! Deus é o provedor dos pássaros assim como também deseja ser o nosso provedor” (Mateus 6:25). Ou seja, não se apavore em conquistar, trabalhar e obter. Creia que Deus é o provedor.
• “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Timóteo). Ou seja, coloque sua família como prioridade absoluta em sua vida.
• “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas” (Marcos 11:25). Ou seja, perdoe.
• “Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens” (Tito 3:2). Ou seja, seja moderado e manso com todos.
• “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações; sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas” (1 João 3:17-20). Ou seja, uma vez que somos supridos, devemos nos tornar supridores dos desprovidos, devemos andar em caridade e amor.
• Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações (1 Pedro 3:7). Ou seja, trate bem sua esposa. As mulheres são mais frágeis e precisam de cuidados especiais.
• “O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão” (Provérbios 18:24). Ou seja, tenha amigos. Isso deixará você feliz; mas saiba que entre os amigos existem aqueles especiais que, muitas vezes, são mais íntimos que um irmão.
• “Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam” (Provérbios 15:22). Ou seja, tenha conselheiros. Pois, sair fazendo tudo o que dá na sua cabeça pode lhe trazer grandes prejuízos.
• “Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas” (Salmos 6:6). Ou seja, não guarde mágoas, pois isso fará com que você envelheça mais rápido.
• “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3:1). Leia também o restante desse capítulo, pois ele nos ensina que há tempo para tudo. A dor não dura para sempre, nem a alegria é imbatível. E há momentos para aproveitar as oportunidades e também há tempo em que as oportunidades são menores.

O que quero lhe dizer é que entre tantos ensinos da Bíblia encontramos Deus falando sobre relacionamentos, finanças, saúde, família… A verdade é que Jesus nos propõe um estilo de viver bem diferente do comum! E só Ele pode nos ajudar a colocar a nossa vida e as coisas que fazemos nela por ordem de prioridade. A real prioridade.

Como já descrevi, o sistema nos força a pensar que viver é comprar, conquistar, possuir, chegar ao topo, impressionar e liderar. Porém, quando estabelecemos essas coisas como metas do nosso estilo de vida, só estamos anulando a vida verdadeira, que encontramos em Jesus, para ter uma vida superficial.

Então, Jesus está nos propondo perder isso, que chamamos de vida, para acharmos a vida de verdade; para vivermos de verdade. Para termos uma coisa ou outra, porque é impossível conciliar esses dois estilos de vida juntos! Ou seremos maridos presentes ou seremos maridos que usam do artífice de presentear para pagar a ausência; ou seremos amigos que se relacionam de verdade ou seremos amigos apenas pelo WhatsApp; ou teremos mais riquezas ao trabalharmos nos fins de semana e teremos menos tempo de vida, ou passaremos os fins de semana em família e descanso, para viver mais!

É você quem escolhe! Ou você perde o que o mundo chama de vida para acha-la ou você vive o que o mundo chama de vida para perder a vida verdadeira.

Meu conselho é que você estude, trabalhe, passeie, viaje, adquira, faça tudo de forma equilibrada para viver verdadeiramente!!!

E, me perdoe o tamanho do artigo, mas foi necessário! Reflita e compartilhe com quem você ama. Que Deus o abençoe e que você viva verdadeiramente e em abundância!

Pastor Lucas nasceu em Santa Vitória, em Minas Gerais. Sua carreira de compositor começou em 2011. Há quatro anos como cantor, lançou três CDs. Congrega na Comunidade Evangélica Vida no Altar, em São Paulo. É casado com Thaisa Rahmé e pai de Gabriel e Samuel.