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Verificar o nível de óleo no posto de combustível é um grande erro

Saiba os motivos para que você nunca mais cometa este erro

Leandro Sauerbronn - 18/10/2017 10h45

Já reparou que quando você chega para abastecer quase sempre um funcionário do posto pergunta se quer que verifique o nível do óleo?

Não é uma cortesia do funcionário, quanto menos do posto ou da bandeira, pelo contrário, é uma prática que pode acabar com o motor do seu carro.

Vou enumerar os motivos que irão abrir seus olhos.

1º – O óleo do seu carro tem que ser o da especificação do manual do proprietário, você tem esse manual? E o posto vende esse óleo da especificação ou ele “indica” outro?

A lubrificação do motor é tudo. Sem o motor seu carro não faz nada. Pneu furado você troca; se arranhar a lataria, seu carro funciona mesmo assim; a bateria esgotou, carrega; mas e o motor? Tem que parar para consertar. Pode ser uma manutenção simples, ou uma mais complicada como uma retífica ou só uma troca de motor.

Quando os carros começaram a circular lá no final do século retrasado só existiam óleos monoviscosos, ou seja, só serviam para uma estação do ano, ou o inverno rigoroso do hemisfério norte ou para o verão. Com o tempo, os óleos foram evoluindo e apareceram os multiviscosos que serviam para ambas as estações.

Circulação do óleo lubrificante dentro do motor

A nomenclatura vem com um número seguido pela letra “W” que significa (Winter – Inverno) e mais um número – 10W30 ou seja o óleo mantém suas propriedades a – 15º C e até 30º C do ambiente externo.

 

2º – Viscosidade

Quanto menor o número menos viscoso o óleo é. Assim, carros mais novos usam óleos menos viscosos enquanto os antigos mais viscosos.

Se você possui um carro mais velhinho saiba que jamais você deve usar um óleo tipo 5W30 ou 0W40, por exemplo, pois os ajustes da época eram menos precisos do que os motores de hoje. Se você usar esse tipo de óleo, fatalmente você pode vir a bater até o motor do seu carro.

Óleo monoviscoso – usado em motores estacionários, caminhões e motores navais

Ao contrário também, se você é o feliz proprietário de um BMW X1 saiba que jamais poderá usar um óleo 10W40, por exemplo, pelo mesmo motivo que são os ajustes, pois um óleo mais viscoso dará problemas no seu motor.

Sabendo desse “detalhe”, que é a viscosidade você confiaria no frentista para lhe indicar um óleo para substituir o do seu carro, caso ele não tenha para a venda o que o manual indica?

Sugiro este vídeo sobre viscosidade

3º – Nível de óleo se mede com motor frio

Quando você chega no posto e o frentista pede para ver o óleo adivinhe o que ele irá dizer? Ele irá dizer, além de mostrar a vareta de medição, que o óleo está baixo faltando ao menos 1/2 litro.

E ele tem razão! Como assim?

Simples, o motor em funcionamento faz o óleo circular por todo o circuito através dos dutos internos. Quando você chega com o motor quente, o óleo está no cabeçote (parte superior do motor) e no circuito, a vareta de verificação está no cárter (parte inferior do motor). Ou seja, sempre que você, o frentista ou até mesmo o Papa verificar o óleo com o motor quente aparecerá que está em nível baixo, mas NÃO quer dizer que o óleo está baixo. Assim, desligue o carro e espere uns 15 minutos e refaça a medição, lembrando sempre que o carro tem que estar em LOCAL PLANO.

 

4º – Ao trocar o óleo, troque o filtro de óleo

Taxistas que adoravam fazer isso: só trocavam o filtro a cada duas trocas. É um erro gravíssimo, pois o óleo do filtro se misturará com o óleo novo e o contaminará, além de fazer com que ele perca parte das suas propriedades.

Além disso, o “pescador” do óleo que fica no cárter pode entupir. E, se entupir, acenderá a luz de óleo no painel; se você insistir perderá o seu motor, pois ele irá bater.

Pescador do óleo, localizado dentro do cárter do motor.
Se acender pare o carro assim que possível

Dica – Sempre ao trocar o óleo e o filtro, tenha em mãos um “bujão” do cárter reserva, além de arruela apropriada para o modelo do bujão, pois essa arruela é feita de metal bem fraco como o alumínio. E ao dar o torque de aperto, geralmente um mecânico ou frentista estragam a arruela, podendo ocasionar vazamentos de óleo. O bujão não se coloca força para apertar, lembre disso.

Bujão e arruela
5º – O frentista recebe comissão para a venda de produtos como lubrificantes

Infelizmente os frentistas recebem salários baixos. Na maioria dos casos, ele tenta complementar o seu baixo salário com a venda de óleo. Daí, o principal motivo de ele querer sempre completar o óleo do seu veículo, mesmo que isso exploda seu motor, literalmente.

Agradeça com educação e procure um especialista mecânico. Caso venha a fazer nossos cursos, no futuro, você mesmo terá condições de realizar, com segurança, esse procedimento. E, poder realizar você mesmo a troca, caso queira.

Tenha sempre em mente: Troque o óleo sempre de acordo com a quilometragem do manual, antes de preferência ou a cada 6 meses, pois o óleo tem validade e oxida; além de perder suas outras propriedades.

Anote sempre no adesivo que geralmente a sua oficina fornece ou quando se compra o lubrificante, fique atento aos períodos de troca.

6º – Fuja da troca a vácuo

A troca feita a vácuo é feita por cima do cabeçote e não irá levar as impurezas e borras, ou até mesmo partículas de metais que ficam armazenadas no cárter. Com isso, a troca não será bem-sucedida podendo ocasionar defeitos no seu motor.

7º – Mineral, semissintético ou sintético?

Saiba que você, tendo um carro antigo que usa óleo mineral ou semissintético, pode utilizar o sintético desde que respeite as propriedades de viscosidade acima mencionadas. Mas nunca misture os tipos, caso seu carro utilize sintético, você nunca poderá usar mineral ou semimineral, pois seu motor necessita das propriedades só encontradas no sintético.

Para saber mais sobre mineral e sintético sugiro este vídeo.

Pé no Porão!

Leandro Sauerbronn

Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde de nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.

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