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Chrysler do Brasil

Modelos marcantes que deixaram muitas histórias para contar

Leandro Sauerbronn - 04/10/2017 09h47

Não é muito raro citarem os poderosos Dodges quando falam dos carros dos anos 60 e 70 fabricados aqui o Brasil, sempre com admiração e saudosismo, um tempo onde gasolina barata fazia a alegria dos seus proprietários.

A Chrysler chegou ao Brasil nos anos 50, montando modelos da Dodge e Plymouth oriundos dos Estados Unidos em parceria com a brasileira Brasmotor; e com o crescimento da demanda viu que era um bom negócio ter sua própria fábrica por aqui; foi quando adquiriu a francesa Simca no ano de 1966.

Simca Chambord 1960

A Simca tinha acabado de lançar o Simca Regente, que chamou muita atenção no Salão do Automóvel de São Paulo. Com a nova mecânica Emi-Sul e outras partes do Simca Rally já que o motor Aquilon que equipava os antigos Simcas era problemático, principalmente com as temperaturas altas aqui do nosso país.

Aquilon, produzido para o Ford Vedette em 1958, fabricado sob licença pela Simca

A Chrysler ao adquirir a Simca do Brasil continua com a produção do Esplanada, mas com 53 melhoras em relação ao modelo produzido pela Simca e em março de 1967 começaram a ser vendidos. O governo brasileiro em 1968 com seu plano de investimento na indústria nacional, investiu cerca de 50,2 milhões de dólares para a produção de caminhões V8 e para o início do projeto que mais tarde ficou conhecido como Dodge Dart.

Motor Emi-Sul, V8 de 2,4 litros e 130 HP

 

Propaganda da época

Em 1969 o Dodge Dart começou a ser vendido veio substituir os modelos Regente e o GTX, com motor V8 de 5 litros, com 198 cv foi baseado no modelo do ano anterior americano. Era realmente um carro que aliava conforto com potência, foi um sucesso de vendas mesmo sendo um carro que ficava na faixa de preço acima do Chevrolet Opala e abaixo do Ford Galaxie e Itamaraty.

Regente
GTX
Dodge Dart

Depois do primeiro modelo sedan veio o Dart coupe, sem coluna lateral em 1970, no Salão do Automóvel apresentou as versões Charger e Charger RT com motor de 215 cv, ainda contavam com direção hidráulica e freios a disco. O modelo RT possuía pintura com faixas chamativas pretas na lateral do veículo, uma grade diferenciada, bancos individuais e uma caixa de 4 marchas, teto revestido com vinil, rodas esportivas.

Dodge Charger 1971
Motor V8 de 5 litros, rendia 215 cv

O modelo Charger RT era o carro mais veloz do Brasil, chegava a incríveis 190 Km/h. Em 1972 a Chrysler apresenta mais duas versões do Dart, o SE (Special Edition) e o gran-sedã, enquanto o SE era voltado mais para jovens, com interior mais despojado e menos cromados o gran-sedã era o oposto, com mais luxo, ambos com grande desempenho.

No Salão do Automóvel de 1972 a Chysler apresentava o Dodge 1800 um grande sucesso de vendas, para o seu lançamento em 1973 foi necessário ampliar as instalações das fábricas em Santo André e São Bernardo do Campo, o Dodge 1800 tinha 76 cv de potência bem superior aos teus principais concorrentes da categoria.

 

Dodge 1800, imagem Revista Quatro Rodas

Em 1974 a crise do petróleo atingiu em cheio o coração dos V8 da Chrysler, que por sua vez reduziu a produção dos teus carros de forma considerável. Os próximos modelos de 75 em diante vinham com modificações no motor a fim de economizar combustível, chegando a ficar com 10 cv a menos nas versões dos próximos anos.

Interior do Charger RT
Charger RT

Em 1978 os carros foram reestilizados com algumas mudanças no visual, o tanque foi para 107 litros, mas as vendas cada vez mais fracas, foi quando a Volkswagen do Brasil em 1979 adquire parte das ações da Chrysler do Brasil anunciando que iam ampliar a produção dos modelos da Chrysler o que não se confirmou e aos poucos foram parando a produção e em 1981 Sauer, presidente da VW do Brasil interrompe a produção dos Dodges, o motor 318 V8 foi utilizado nos caminhões da Volkswagen movidos a álcool, há quem diga que o Polara era muito melhor do que os VW Passat e por isso a VW parou a fabricação dos modelos da Dodge.

Charger RT
Le Baron
Magnum

Nos anos 80 os modelo tiveram seus preços desvalorizados, quase todos foram destruídos, hoje a história é outra modelos chegam a passar dos 6 dígitos de valor, já se vê anúncios pedindo 250 mil em um modelo sem restauração, a tendência é continuar subindo, com certeza foi uma época que deixou saudades.

Até a próxima e Pé no Porão!


Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde de nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.

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