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O crescimento do PIB Brasil é sustentável?

Nunca foi tão importante a lógica da harmonia e independência entre os poderes

Fábio Guimarães - 04/09/2017 14h56

O Produto Interno Bruto – PIB brasileiro cresceu 0,2% (dados do IBGE) no segundo trimestre deste ano; esse crescimento foi fortemente impactado pelo aumento no consumo das famílias (+ 1,4%), em valores reais correntes o PIB foi de R$1,639 bilhão.

Recentemente na coluna “O momento industrial do país” conversamos sobre a capacidade industrial ociosa no Brasil, esse resultado do PIB enfatiza justamente o ponto de vista no qual novos investimentos industriais só acontecerão quando a economia der sinais claros de “aquecimento”, com razoável expectativa de aumento de consumo por parte das famílias e empresas.

O setor de serviços (com ênfase para o comércio) e a agropecuária são os destaques positivos da produção brasileira em 2017.

Vale ressaltar que além da queda da inflação e da taxa de juros, duas das variáveis macroeconômicas que influenciam positivamente o aumento da demanda agregada, tivemos também a injeção de quase 40 bilhões na economia neste trimestre por causa da liberação das contas inativas do FGTS e com certeza esses recursos tiveram relação direta com o aumento de consumo das famílias.

O Brasil passou por dois anos de decréscimo de suas riquezas, logo esse resultado é bom, conseguimos frear a desaceleração econômica, mas ainda é muito cedo para afirmarmos que a economia entrou em um ciclo ascendente de crescimento econômico sustentável, algumas variáveis externas podem influenciar os próximos trimestres, dentre elas o conturbado cenário político e a insegurança jurídica atual.

O crescimento do PIB Brasil é sustentável? / Imagem: Adaptação

A sociedade precisa que as instituições funcionem, o Risco Brasil é diretamente afetado pelas discrepâncias que vivemos nas atribuições executivas, legislativas e do judiciário. Nunca foi tão importante a lógica da harmonia e independência entre os poderes. As autoridades precisam pensar menos nos holofotes e mais na população, o brasileiro de um modo geral e os mais de 14 milhões de desempregados em particular agradecem.


Fábio Guimarães é economista, formado pela UFRRJ com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC-RJ. Palestrante, consultor e debatedor, atuou por mais de 10 anos como gestor nas áreas de trabalho e renda e desenvolvimento econômico.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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