Desafios da nova família
Ninguém consegue se libertar totalmente de sua família de origem
Ellen Sarmento - 20/09/2017 13h08
Desejo, na coluna de hoje, compartilhar um assunto pertinente a todos nós. Ele diz respeito a primeira influência a que todos somos expostos: A família.
Quando constituímos uma família, se torna necessário que tanto o homem quanto a mulher venham desinvestir, em certo nível, da conexão que tinham com sua primeira família. Desinvestir significa livrar-se das amarras. No caso, é transferir importância, sentimento, comprometimento, respeito, da família de origem para a nova. A nova família deverá ter, gradativamente, uma importância maior do que a anterior. Se não for possível fazer esse movimento, a nova família não virá a se estabelecer. E, se isso não acontecer, surgirão várias famílias que fazem parte parte de um conjunto, sendo unicamente uma grande família.
A grande questão é: Ninguém consegue se libertar totalmente de sua família de origem, mesmo dando prosseguimento a criação de outra família. Todos pertencemos a duas famílias, como filho e marido, ou filha e esposa. O que conquistamos são graus de liberdade maior e menor ou nenhum grau. Esse é um processo lento e gradativo que tem a duração de toda a nossa existência.
A família é peça fundamental na vida de cada um de nós. É ela que nos orienta, que nos serve de base, de plataforma, para gerar um movimento em nosso desenvolvimento. É ela que, ao mesmo tempo, estabelece uma luta entre o indivíduo e sua origem para que ele seja o que tem de ser. E esse é um constante movimento de ir e vir.
Meu desejo é que possamos a cada dia identificar de onde viemos, para podermos direcionar a nossa rota para onde vamos.
Ellen Sarmento é psicóloga clínica e palestrante, com formação em terapia sistêmica familiar pela Núcleo Pesquisas. Especializada em atendimento familiar e de casal. Capacitada pelo Ackerman Institute, em Nova York, e pelo Instituto Bowen, em Washington. |