Telegram tenta recorrer da suspensão que já passa de 24h
O aplicativo russo diz que a Polícia Federal pede dados "impossíveis"
Leiliane Lopes - 27/04/2023 21h14 | atualizado em 28/04/2023 11h23
O cofundador do Telegram, Pavel Durov, emitiu um comunicado, nesta quinta-feira (27), informando que a empresa está recorrendo da decisão que suspendeu o aplicativo no Brasil.
Segundo a nota, divulgada por meio do próprio aplicativo para alguns usuários brasileiros, Durov diz que os dados solicitados pela Justiça são “impossíveis” de serem coletados.
– No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos recorrendo da decisão e aguardando a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada – diz o cofundador do aplicativo russo.
A Justiça Federal do Espírito Santo ordenou, nesta quarta-feira (26), que operadoras de telefonia e lojas de aplicativos suspendam imediatamente o acesso ao aplicativo Telegram no Brasil.
A decisão foi tomada após a plataforma não entregar dados completos à Polícia Federal (PF) sobre grupos neonazistas.
O Telegram chegou a entregar parte dos dados pedidos, mas a corporação não teve acesso aos números dos telefones dos integrantes e dos administradores do grupo.
Além de determinar a suspensão do aplicativo, a Justiça ampliou a multa aplicada ao Telegram por não entregar os dados de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados.
Durov citou também alguns países que proibiram o aplicativo e falou sobre seus princípios.
– No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados.
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