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Táxi-aéreo sofre 16 vezes mais acidentes que aviões grandes

Especialistas apontam que aviões de pequeno porte têm procedimentos menos rigorosos para voar do que os de grande porte

Paulo Moura - 11/11/2021 12h33 | atualizado em 11/11/2021 13h01

Avião com Marília Mendonça caiu no interior de MG Foto: Reprodução/Facebook Super Canal

A morte da cantora Marília Mendonça, na última sexta-feira (5), retomou um debate que vem à tona no Brasil sempre que um acidente de grande repercussão ocorre com a aviação de pequeno porte. Seriam os aviões menores mais perigosos do que os grandes? Ao menos na frieza dos números, as aeronaves pequenas têm um índice de acidentes 16 vezes maior que o das grandes.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), levantados pelo portal UOL, indicam que existem 21.767 aeronaves pequenas e apenas 642 aviões grandes no país. Na média de acidentes por milhão de decolagens em 2020, os aviões comerciais grandes registraram um índice de apenas 1,27 acidente por milhão, enquanto os taxis-aéreos, por exemplo, registram 19,95 acidentes.

Uma possível explicação para essa questão, porém, não reside exclusivamente nas aeronaves em si, mas nas condições e no contexto nos quais elas estão inseridas. Especialistas ouvidos pelo UOL apontam que os padrões de operação e exigência em cada categoria de aviação são bem distintos.

O piloto Raul Marinho, gerente técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), diz que “a segurança de voo tem muito mais relação com a maneira como o avião é operado do que com o modelo de aeronave em si”. De acordo com ele, há mais rigor nos procedimentos e nas certificações da aviação comercial, por exemplo, em comparação a outros tipos de aviação.

– Aviões maiores só operam em aeroportos de grande porte, com pistas maiores, torre de controle, auxílios à navegação. Por sua vez, aviões menores voam nesses locais, mas também em aeroportos com pistas menores e mais estreitas, com outro tipo de operação – ressalta.

Para o diretor de segurança operacional da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Aopa Brasil), Miguel Angelo Rodeguero, a questão não é se um tipo de avião é mais ou menos seguro que outro, mas sim o ambiente em que as categorias de aviação estão inseridas.

– Os aviões da aviação geral, por exemplo, vão a lugares sem os mesmos requisitos que o avião de grande porte precisaria ter para operar – afirma Rodeguero.

Proporcionalmente, um outro tipo de aviação, a agrícola, é ainda mais “perigosa” e tem um índice de acidentes muito maior que os demais tipos. Em 2021, a categoria registrou 24 acidentes até novembro, com o registro de duas mortes no ano. Já na média de acidentes por milhão de decolagens, a categoria teve um índice de 131,46 ocorrências em 2020.

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