STF reserva dia 30 para julgar ‘mutirão’ de ações ambientais
Iniciativa ocorre em meio à reação da classe artística contra o pacote de projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional
Pleno.News - 16/03/2022 20h22 | atualizado em 16/03/2022 20h23
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reservar toda a pauta de julgamentos do próximo dia 30 para ações sobre temas ambientais. O foco serão processos que debatem a proteção da Amazônia e o enfrentamento das mudanças climáticas.
A iniciativa ocorre em meio à reação da classe artística contra o pacote de projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional para flexibilizar regras de licenciamento ambiental, garimpo, regularização fundiária e uso de agrotóxicos, e ainda dificultar a demarcação de terras indígenas.
Atores, cantores e líderes de organizações da sociedade civil estiveram em Brasília na semana passada para protestar contra o enfraquecimento da legislação ambiental. Os ministros Luis Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski chegaram a receber alguns artistas no Supremo Tribunal Federal.
O Estadão apurou que a iniciativa é liderada pelas ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, com apoio do presidente do Supremo, Luiz Fux.
Entidades que trabalham na defesa do meio ambiente veem a escolha da pauta como um recado do tribunal a demandas da sociedade contra o desmantelamento da política ambiental no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outra avaliação das associações ambientais é que, com a pauta ‘fechada’ no tema, a pressão para os ministros se posicionarem aumenta.
Ao todo, foram escalados sete processos para julgamento. O primeiro deles exige a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Segundo a coalização de entidades que concebeu a ação, ao estimular desmates e queimadas, o governo na prática ignora as diretrizes previstas no PPCDAm.
Outro tema na pauta é a reativação do Fundo Amazônia, composto por doações bilionárias da Noruega e da Alemanha, que amarga a paralisação desde que o governo Bolsonaro se insurgiu contra o destino dos recursos repassados. Um dos principais efeitos colaterais do abandono do fundo tem sido o enfraquecimento das ações de fiscalização do Ibama, que era um dos principais beneficiários dos recursos.
VEJA AS AÇÕES QUE SERÃO PAUTADAS
– ADPF 760 – cobra a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm);
– ADPF 735 – contesta a Operação Verde Brasil 2 e o uso das Forças Armadas em ações contra delitos ambientais;
– ADPF 651 – contra o decreto que excluiu a sociedade civil do conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA);
– ADO 54 – acusa omissão do governo federal no combate ao desmatamento;
– ADO 59 – pede a reativação do Fundo Amazônia;
– ADI 6148 – sugere a retomada da resolução 491/2018, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que dispõe sobre padrões de qualidade do ar;
– ADI 6808 – contesta a Medida Provisória que prevê concessão automática de licença ambiental para empresas de grau de risco médio e impede órgãos de licenciamento de solicitarem informações adicionais àquelas informadas pelo solicitante no sistema da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
*AE
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