Sikêra xinga LGBTs de ‘raça desgraçada’ e vira alvo de ação
Apresentador comentava sobre propaganda do Burger King
Gabriela Doria - 27/06/2021 16h06 | atualizado em 27/06/2021 16h22
O apresentador Sikêra Jr., do Alerta Nacional, deve ser novamente processado após chamar de “raça desgraçada” as pessoas da comunidade LGBT. Segundo ele, o grupo tem a intenção de “acabar com a sua família e com a família tradicional brasileira”. Membros da Aliança Nacional LGBTQI+ afirmaram ao site Notícias da TV que irão acionar a Justiça contra o apresentador.
– A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar – esbravejou Sikêra no programa da última sexta-feira (25).
As declarações do apresentador surgiram na esteira da polêmica propaganda do Burger King, que colocou crianças para “explicar” aos adultos o que era a comunidade LGBT e o que elas pensavam sobre diversidade sexual. A peça publicitária gerou uma onda de reação negativa entre os conservadores, que acusam a rede de fast food de promover a ideologia de gênero usando crianças.
– Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança – afirmou.
SÉRIE DE DECLARAÇÕES POLÊMICAS
Esta não será a primeira vez que Sikêra Jr. irá enfrentar a Justiça por causa de suas declarações polêmicas. O apresentador de 55 anos foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em maio deste ano, após ter se referido aos homossexuais, também, como “raça desgraçada”.
A ação foi protocolada depois que o apresentador usou uma foto da atriz e modelo transexual Viviany Beleboni, em que ela desfila na Parada LGBT de São Paulo, em 2015, ‘trajada’ de Jesus Cristo. Na ocasião do programa, Sikêra disse que “isso” não era “normal”.
O desembargador Rodolfo Pellizari considerou que o jornalista da RedeTV! não teve o intuito de difamar ou prejudicar a imagem de Viviany, já que a crítica (“raça desgraçada”), foi feita de maneira ampla para a comunidade LGBT.
– A utilização da imagem da autora, pelo apresentador, apenas serviu para ilustrar seu posicionamento pessoal acerca dos movimentos LGBTI e da orientação sexual das pessoas, estando no campo de sua plena liberdade de opinião e expressão – argumentou o desembargador.
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