Sergio Moro condena saidinha de Nardoni: “É imoral”
Ministro voltou a defender pacote anticrime para acabar com o benefício
Gabriela Doria - 09/08/2019 14h36
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, foi mais uma das autoridades a repudiar as famosas “saidinhas” de condenados que cumprem pena. A crítica de Moro aconteceu no mesmo dia em que Alexandre Nardoni, que matou a filha Isabella, em 2008, saiu da cadeia pela primeira vez para passar o Dia dos Pais com os filhos. Para o ministro, trata-se de um benefício “imoral”.
– Parricidas ou filicidas não deveriam sair da prisão em feriado do dia dos pais. É imoral e afeta a confiança das pessoas no império da lei e da Justiça. Mas não adianta culpar o juiz. Precisa mudar a lei atual. Apoie o projeto de lei anticrime – escreveu o ministro.
Sergio Moro também endossou um tuíte do presidente Jair Bolsonaro, que também criticou a “saidinha” de Nardoni. Moro afirmou que o brasil tem leis questionáveis.
– Tem coisas na legislação brasileira que não dá para entender, como diz o presidente Jair Bolsonaro. Estamos trabalhando para mudar. No projeto de lei anticrime, consta a vedação de saídas temporárias da prisão para condenados por crimes hediondos – destacou.
Nesta quinta-feira, o deputado federal Vinicius Poit (NOVO-SP) protocolou um projeto de lei que tem como objetivo limitar as saídas temporárias da cadeia. Segundo a proposta, condenados por homicídio contra familiares de até 3º grau não poderão ter direito ao benefício.
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