‘Rei Arthur’ confirma compra de votos para escolha do Rio
Empresário é acusado de envolvimento em caso de corrupção que definiu sede olímpica
Paulo Moura - 28/10/2019 12h03 | atualizado em 28/10/2019 12h04
O empresário Arthur Menezes, conhecido como “Rei Arthur”, confirmou a existência do esquema para pagamento de propina a delegados africanos com o objetivo de promover a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
A revelação faz parte de um acordo de colaboração premiada no Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A colaboração, inclusive, evitou que Arthur fosse deportado para o Brasil. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
As investigações apontam que Arthur transferiu 2 milhões de dólares (R$ 7,96 milhões) para a conta de Papa Diack, filho de Lamine Diack, na época presidente da Federação Internacional de Atletismo. Menezes também transferiu outros 10,4 milhões de dólares (R$ 41,38 milhões) para o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Preso na sexta-feira (25), pelo serviço de imigração local norte-americano, quando tentava renovar o visto de permanência, o empresário foi liberado no mesmo dia depois que os advogados apresentaram a cópia dos termos do acordo de colaboração.
Ainda de acordo com o jornal O Globo, a colaboração só será homologada pela Justiça quando for comprovada a veracidade das informações prestadas por Arthur. A sentença também deverá fixar o valor da multa a ser paga por ele às autoridades americanas. Por conta desses fatos, ainda não há previsão de extradição do empresário, que pode ficar preso em território americano até o julgamento.
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