“Quem sabe ler e escrever não vota no PT”, diz novo ministro
Abraham Weintraub está no comando do Ministério da Educação
Gabriela Doria - 10/04/2019 16h16 | atualizado em 10/04/2019 17h54
O novo ministro da Educação, o economista Abraham Weintraub, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o MEC deve ser uma ferramenta de esclarecimento político para a população.
– Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT. A matemática é inimiga do obscurantismo. Eu não sou contra o petista. Tenho amigos que são petistas. Pessoas boas que não conseguem se livrar. Eu converso com as pessoas. Não é que eu tenho: ‘ah, demônio!’ Agora, sou contra o obscurantismo – defendeu Weintraub.
O atual gestor do MEC acredita que é necessário combater o “marxismo cultural” nas escolas e também os grandes grupos que estão ao lado da esquerda.
– Não queria falar do PT. Esse movimento totalitarista obscurantista busca destruir a história. Se você não conhece a história e de onde você veio, não se conhece. E, quando não se conhece, não tem tanta convicção de lutar pelo que é certo – alertou o ministro.
Uma das políticas públicas defendidas pelo economista é de suspender o benefício do Bolsa Família para pais de alunos que agridem professores.
– Se o aluno agride, o professor tem de fazer boletim de ocorrência. Chama a polícia, os pais vão ser processados e, no limite, tem que tirar o Bolsa Família dos pais e até a tutela do filho. A gente não tem que inventar a roda. Tem que cumprir a Constituição e as leis ou caminhamos para a barbárie – defendeu.
O ministro também rejeitou a possibilidade do presidente ter acesso prévio ao conteúdo da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
– Falarei [para Bolsonaro] que garanto que não haverá nenhum problema. Se sair um Enem todo errado, todo torto, sou o culpado e o presidente tem de me dar reprimenda ou me tirar do cargo. É assim que funciona – garantiu o gestor.
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