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Professora que inspirou filme usou diploma falso de Harvard

Produção contará história de superação da cientista brasileira

Gabriela Doria - 14/05/2019 21h38 | atualizado em 15/05/2019 11h17

Professora Joana D’Arc Félix de Sousa apresentou diploma falso, segundo o Estadão Foto: Reprodução

A professora de ensino técnico que inspirou o Brasil e vai virar filme com sua história de superação, na verdade, apresentou um diploma falso da Universidade de Harvard. Joana D’Arc Félix de Sousa, de 55 anos, declarou ter se formado em pós-doutorado em Química Orgânica na instituição, mas foi desmentida pela própria universidade.

A informação foi descoberta pelo jornal O Estado de S. Paulo, que, após uma entrevista com Joana, em 2017, solicitou os documentos que comprovassem o título e o trabalho desenvolvido na instituição.

De posse do suposto diploma, o jornal enviou o documento para Harvard, que negou que a instituição tenha emitido o diploma. Inclusive, informaram que a universidade não emite diplomas para pós-doutorado. Os representantes também chamaram a atenção para um erro de grafia no documento.

Outra informação que não bate no documento são as assinaturas. Uma delas é a do professor emérito de Química em Harvard, Richard Hadley Holm. Em nota enviada ao jornal brasileiro, Holm desmentiu que seja sua assinatura.

– O certificado é falso. Essa não é a minha assinatura, eu não era o chefe de departamento naquela época. Eu nunca ouvi falar da professora Sousa – afirmou.

Ainda de acordo com o Estadão, Joana também afirmou diversas vezes que teria entrado na faculdade aos 14 anos. Atualmente, ela admite que a informação não é verdadeira.

Na plataforma Lattes, que reúne o currículo de todos os pesquisadores do Brasil, Joana informa o pós-doutorado em Harvard. Ela diz ainda que o curso só foi possível através de uma bolsa de estudos oferecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). O Capes, por sua vez, diz que não consta em seus registros o benefício para a professora.

Nesta semana, o jornal Estadão conversou novamente com Joana para que ela esclarecesse as informações. Ela argumentou que o documento se tratava de uma “encenação de teatro”.

– Mas eu não concluí (o pós-doutorado), eu não tenho certificado. As meninas mandaram junto quando o jornalista me pediu documentos. Eu pensei: tenho que contar isso para o jornalista, mas não falei mais com ele – declarou Joana.

Atualmente, ela dá aulas de Química na Escola Técnica Professor Carmelino Corrêa Júnior em Franca, onde trabalha desde 1999.

Joana D’Arc Félix de Sousa terá sua biografia contada em filme. A produção vai narrar a história de uma jovem negra e pobre, nascida no interior de São Paulo, que conseguiu chegar a uma das mais renomadas universidades do mundo. A princípio, Taís Araujo faria o papel, mas desistiu por ser considerada clara demais para a protagonista.

A Globo Filmes ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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