Monique Mello - 18/04/2021 16h18 | atualizado em 19/04/2021 13h33

O professor de Direito Penal Fábio Alonso, do Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos, em São Paulo, gerou polêmica ao falar sobre estupro em uma de suas aulas online. O docente declarou que meninas vítimas de estupro “colaboram” com o estuprador.

Embora o professor tenha dito que o tom foi de brincadeira, o vídeo se espalhou pelas redes sociais, causando revolta.

– Vamos pensar: O que é mais fácil estuprar: uma freira de hábito ou aquela menininha com a cinta larga? Fala para mim. Que vítima colabora mais com a prática do crime de estupro? Eu estou falando em tom de brincadeira, mas eu quero que vocês imaginem isso – disse.

Fábio Alonso, que também é coordenador do curso, fez ainda um comentário sobre violência doméstica.

– Quem apanha mais? Não estou dizendo que isso tem feito, estou falando para vocês, vamos ser realistas. Quem apanha mais: a mulher passiva, que fica quietinha, que vê quando o marido chegou de cara cheia, ou aquela que começa “aí, bebeu de novo! Trabalhar que é bom você não quer, né, seu vagabundo!”? Quem apanha mais: a quietinha ou a bocuda?

Os próprios alunos gravaram e divulgaram o conteúdo do vídeo. De acordo com um dos alunos, o professor teria usado o argumento para exemplificar um assunto da disciplina em relação ao que se considera para chegar à pena do condenado.

Fabio Alonso, delegado aposentado e professor de Direito de uma universidade particular de Ourinhos (SP), diz numa aula online que vítima de estupro “colabora” com o crime.
“o que é mais fácil estuprar? Uma freira de hábito ou aquela menininha com a cinta larga?” pic.twitter.com/1nca1LBqTm

— Flávio Costa (@flaviocostaf) April 17, 2021

Leia também1 França aprova lei que considera estupro sexo com menores de 15
2 Idoso dava presentes para crianças para poder estuprá-las
3 No Amapá, homem de 35 anos é preso por abusar da própria filha
4 Conheça as leis brasileiras que protegem as mulheres
5 Violência contra a mulher: Brasil teve 105 mil denúncias em 2020