Gabriela Doria - 24/09/2021 14h38 | atualizado em 24/09/2021 16h18

O procurador da República Ailton Benedito, conhecido por ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro, deixará o comando administrativo do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO). O cargo será ocupado pela procuradora Léa Batista de Oliveira Moreira Lima.

O mandato de Léa à frente do MPF-GO será até 2023, quando uma nova eleição ocorrerá. Ailton não participou do pleito deste ano, ele apenas integrou a comissão eleitoral. Alexandre Moreira Tavares dos Santos foi escolhido para procurador-chefe substituto.

Ailton Benedito se define como sendo da direita conservadora. Nas redes sociais, ele ganhou expressão nacional por suas opiniões polêmicas e alinhadas ao governo.

Em março deste ano, o procurador se tornou alvo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) após se referir ao novo coronavírus como “vírus chinês”. Pela declaração, foi instaurado um processo administrativo disciplinar por “discurso de ódio” e xenofobia.

Ailton também é defensor do tratamento precoce contra a Covid-19 e de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina para combate ao vírus. E o procurador usou do cargo para abrir investigação para apurar as razões que levaram Facebook e Instagram a censurar publicações de brasileiros que se manifestaram sobre o assunto.

Além disso, Ailton ganhou os holofotes nacionais ao afirmar que o nazismo era um movimento político de esquerda.

Em outro despacho, o procurador enviou ofício solicitando explicações formais ao Itamaraty sobre o suposto envio de menores de idade para treinamento militar e doutrinação ideológica na Venezuela. Este ofício foi enviado ainda em 2014, quando o Brasil era governado pelo PT.

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