Presidente de Israel critica fala de Jair Bolsonaro
Em reunião com pastores, Bolsonaro disse que é possível perdoar o Holocausto
Rafael Ramos - 14/04/2019 08h53 | atualizado em 15/04/2019 12h23
A declaração do presidente Jair Bolsonaro acerca de Israel e do Holocausto, feita durante um almoço com líderes evangélicos no Rio de Janeiro, não repercutiu bem entre o presidente Reuven Rivli e os responsáveis pelo Museu Yad Vashem de Israel, onde fica um memorial aos judeus mortos por Hitler.
Em sua declaração, Bolsonaro lembrou que visitou o Museu do Holocausto e que “nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer”. Segundo o presidente, “quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro”.
No sábado (13), o museu se pronunciou ao jornal israelense Haaretz afirmando que “desde a sua criação, tem trabalhado para manter a lembrança do Holocausto viva e relevante para o povo judeu e a toda humanidade”. A instituição completou que “não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”.
Através do Twitter, o presidente israelense Reuven Rivli rebateu a declaração de Jair Bolsonaro dizendo que o povo de Israel nunca irá perdoar ou esquecer o que ocorreu com seus antepassados.
– Nós sempre nos oporemos àqueles que negam a verdade ou àqueles que desejam eliminar nossa memória. Nós nunca vamos perdoar e nunca esquecer. Os líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Ninguém deve entrar no território do outro.
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