Paulo Moura - 02/06/2023 10h32 | atualizado em 02/06/2023 19h22

O advogado Cristiano Zanin Martins, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir o ex-ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu um total de R$ 2,9 milhões ao longo dos últimos quatro anos se somadas as quantias transferidas para ele pelo PT desde 2019 e pela campanha de Lula nas eleições de 2022.

De acordo com informações das prestações de contas enviadas pelo PT à Justiça Eleitoral, os repasses da sigla começaram ainda em setembro de 2019, dois meses antes de Lula deixar a prisão em Curitiba, no Paraná, após ficar 580 dias preso. Desde então, o partido passou a enviar R$ 46.925 mensais aos escritórios do qual o advogado fazia parte.

Inicialmente, a quantia era transferida para o escritório Teixeira, Martins e Advogados, do qual Zanin fazia parte ao lado do sogro, Roberto Teixeira, compadre de Lula. Posteriormente, o indicado de Lula ao STF deixou a parceria e abriu um novo escritório com a esposa, o que inclusive gerou uma disputa judicial por honorários milionários.

As transferências para os escritórios de Zanin duraram até agosto de 2022, dois meses antes da eleição presidencial do ano passado. Ao longo de quatro anos, os repasses totalizaram R$ 1,712 milhão, divididos anualmente da seguinte forma: R$ 187,7 mil em 2019; R$ 516,8 mil em 2020; R$ 516,1 mil em 2021; e R$ 491,8 mil em 2022.

O encerramento dos repasses do partido, porém, não representou um fim da relação do advogado com os petistas. No mesmo mês em que deixou de receber do PT, Zanin firmou um contrato com a campanha presidencial de Lula, o que lhe rendeu mais R$ 1,2 milhão pelos serviços prestados no pleito.

Na prestação de contas apresentada pela campanha do atual presidente, consta que o serviço foi contratado no dia 16 de agosto de 2022. Os pagamentos foram feitos em duas transferências, de R$ 600 mil cada uma, realizadas nos dias 19 de agosto e 20 de setembro do ano passado.

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