Zambelli vai à Justiça para barrar Renan na CPI da Covid
Deputada alegou questões de "moralidade administrativa"
Pleno.News - 19/04/2021 17h34 | atualizado em 19/04/2021 18h22
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) ingressou com ação na Justiça Federal para impedir que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja o relator da CPI da Covid.
Com minoria na comissão, o Palácio do Planalto cedeu e aceitou o acordo fechado por senadores independentes e de oposição que definiu Renan na função. O emedebista tem feito duras críticas à gestão federal no enfrentamento da pandemia.
– A presença de alguém com 43 processos e 6 inquéritos no STF evidentemente fere o princípio da moralidade administrativa – escreveu a deputada no Twitter.
Segundo ela, outros parlamentares também vão acionar a Justiça para barrar Renan.
Cabe ao relator elaborar o parecer final da CPI, podendo incluir o possível indiciamento de autoridades e recomendações sobre mudanças em legislações e outras medidas a serem adotadas. O texto, porém, deve ser aprovado pela maioria dos integrantes.
Ação popular para pedir suspeição de Renan Calheiros como relator da CPI. pic.twitter.com/Kgy2wMPBmA
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) April 19, 2021
De acordo com a assessoria de Zambelli, a ação protocolada é contra senadores da CPI da Covid que se enquadrem nos casos legais de suspeição ou impedimento.
O senador é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). Repasses federais a governos estaduais são objetos de apuração da comissão.
Além dele, o senador Jader Barbalho (MDB-PA), pai do governador do Pará, Helder Barbalho, integra o colegiado. Jader, porém, é suplente.
A CPI deve começar a funcionar nesta quinta-feira (22), ou na próxima semana. O acordo fechado entre a maior parte dos integrantes prevê que Omar Aziz (PSD-AM) seja o presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) seja o vice, além de Renan na função de relator.
O Planalto agiu na semana passada para que o senador do MDB não fosse o relator, uma função estratégica na CPI. Além de ser crítico de Bolsonaro, Renan apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os senadores bolsonaristas são minoria na comissão, e o nome do alagoano deve ser confirmado.
Na noite da última sexta-feira (16), o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ligou para integrantes da comissão informando que o Executivo não tentaria boicotar mais a escolha de Renan.
Apesar disso, durante todo o fim de semana, apoiadores de Bolsonaro escreveram várias mensagens nas redes sociais contra a indicação de Renan para a função. Na tarde desta segunda, a hashtag RenanSuspeito ficou entre os assuntos mais comentados da rede social.
*Estadão
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