Zambelli mostra “discrepâncias” do processo e critica STF
Suprema Corte votou pela condenação da deputada a dez anos de prisão por envolvimento com hacker
Leiliane Lopes - 15/05/2025 17h23 | atualizado em 15/05/2025 18h04

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (15), durante coletiva de imprensa, após ser condenada por unanimidade junto com o hacker Walter Delgatti pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli afirmou que o processo ainda está em andamento e que há recursos sendo analisados. Segundo ela, um pedido de suspensão foi apresentado no fim de abril.
– O processo ainda não acabou, ainda há vários recursos que podem ser feitos, um pedido de suspensão foi solicitado no dia 29 de abril, dentro da Câmara dos Deputados, está sendo analisado, eu já tive um sinal verde de que ele vai ser pautado – disse.
A deputada acrescentou que está aguardando o melhor momento para levar o recurso adiante.
Apesar da condenação, Zambelli afirmou que enxerga o momento com fé. Para ela, situações difíceis exigem firmeza espiritual.
– Não é um momento triste, é um momento de esperança, de fé. E são os momentos mais difíceis que a gente vê nas passagens bíblicas, que as pessoas tiveram que mostrar sua verdadeira fé. Aquela fé que excede todo entendimento.
Ao comentar sua relação com o hacker Walter Delgatti, a deputada disse nunca ter escondido que o conhecia, mas lembrou a declaração da Polícia Federal que o classificou como mitômano, pois Delgatti inventou várias versões e, inclusive, deu seis depoimentos diferentes em diferentes fases do processo.
– O advogado dele, eu tenho também vídeos, posso mandar para vocês, em que ele apresenta pelo menos cinco versões do porquê que o Walter de Gatti teria feito essa invasão – explicou.
Sobre a motivação de Delgatti, a deputada atribui às ações a decisões pessoais dele.
– A invasão ao CNJ foi feita da cabeça dele, assim como foi feita a vaza jato da cabeça dele – afirmou ela acompanhada de seu advogado.
A deputada concluiu dizendo que não sabe o verdadeiro motivo do hacker e sugeriu que ele agiu por vaidade.
– Nesse caso, sinceramente, no final das contas, eu não sei o que motivou ele [a envolvê-la no processo], mas eu acho que na maioria das vezes um hacker faz isso por vaidade.
E completou:
– O porquê ele quis jogar isso em cima de mim, até hoje a gente não sabe e muito provavelmente não saberemos.
O representante legal da parlamentar citou várias questões do processo, incluindo a não participação da defesa de Carla Zambelli no julgamento, que aconteceu de forma virtual pelos ministros do STF, a falta de provas e principalmente a imparcialidade do julgamento. O advogado também citou problemas no procedimento jurídico, que aconteceu com muita rapidez, sem a devida análise exaustiva e com falta de comentários dos ministros sobre os argumentos apresentados na defesa.
Mesmo diante da condenação, Zambelli afirmou que continua confiando na Justiça, pois “a injustiça se conserta com o tempo”.
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