Zambelli detona Moro por fazer “picuinhas” no governo
Ex-ministro foi padrinho de casamento da deputada
Gabriela Doria - 11/05/2020 15h53 | atualizado em 11/05/2020 16h03
A deputada federal Carla Zambelli afirmou, em entrevista à revista Marie Claire, que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro “teria saído muito maior se não tivesse feito tanta picuinha”. A parlamentar também disse que, desde o início, ficou nítida a falta de entrosamento entre Jair Bolsonaro e o ex-juiz federal.
– A gente tem impressão que não deu liga entre eles, que não se deram bem. Eu mesma achei que era uma simples falta de afinidade. Mas é uma incompatibilidade completa. Moro teria saído muito maior se não tivesse feito tanta picuinha – apontou.
Já sobre a relação dela com o ex-ministro, Zambelli diz que nutria “admiração” por Moro, que chegou a ser padrinho de casamento da deputada com o coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, diretor da Força Nacional de Segurança Pública.
– Eu tinha admiração por ele, lealdade e carinho. […] Nunca imaginei que aquele jeito formal dele seria falta de amizade. Penso que ninguém faz aquele discurso do casamento, ainda mais de forma carinhosa, se não admirar a pessoa. Ou ele tinha o mínimo de admiração por mim ou é muito falso – avaliou.
Na visão da deputada, Sergio Moro tentou arranjar uma “desculpa” para deixar o governo. Ela afirma que o nome de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, o estopim para a saída de Moro, tinha sido consenso entre os ministros e até do próprio Maurício Valeixo, então chefe da PF.
– Conversei com o ministro [da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo] Ramos; rapidamente com o [ministro da Educação, Abraham] Weintraub, ouvi o [ministro da Casa Civil, Walter] Braga Neto e o próprio [Maurício] Valeixo, que disse, “de todos os nomes colocados na mesa, acho o [de Alexandre Ramagem] o melhor”. Inclusive, Valeixo disse que se dispôs para o presidente e para Moro a fazer a transição. Então, hoje, juntando as peças, a impressão que me dá é a de que Moro acabou usando de uma desculpa para poder sair do governo. “Só fico se o Valeixo ficar.” Mas ele próprio sabia que era algo que não ia acontecer – relembrou.
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