Rafael Ramos - 23/09/2020 12h43 | atualizado em 23/09/2020 13h45

A deputada federal Carla Zambelli usou o Twitter, nesta quarta-feira (22), para rebater um texto publicado pelo colunista da Folha de S. Paulo, Hélio Schwartsman, o mesmo que meses antes escreveu um texto desejando a morte do presidente Jair Bolsonaro . No artigo intitulado “Carta aberta a Damares”, Schwartsman avisa à ministra que ela “precisa esquecer suas crenças e se comportar como se fosse agnóstica”.

– Assim como não mexo com sua goiabeira, não mexa com a minha Netflix. Compreendo que a Sra. não tenha apreciado o filme “Lindinhas”, mas isso não lhe dá, nem a ninguém de seu ministério, o direito de tentar censurá-lo – disse fazendo referência ao desejo da ministra em vetar o filme Cuties no Brasil.

O colunista ainda acusa Damares de agir para impedir o aborto feito pela menina de dez anos que foi abusada pelo tio. Por meio de uma nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos negou veemente as alegações da Folha de S. Paulo e disse que “estuda quais medidas administrativas ou judiciais poderão ser tomadas contra o jornal para restabelecer a verdade dos fatos”.

– Sei de suas convicções religiosas, mas, quando atua na condição de representante do poder público brasileiro, precisa esquecer suas crenças e comportar-se como se fosse agnóstica. Se acha que não consegue, então deveria deixar o posto de ministra de Estado e ficar só com o de ministra religiosa – finalizou Hélio Schwartsman.

Em defesa da ministra, Carla Zambelli disse que está junto com ela na luta e que combate à pedofilia não é pauta religiosa. O longa Cuties (Lindinhas), que foi um dos pontos do artigo do jornalista, vem sendo acusado de sexualizar meninas de 11 anos, o que resultou até na perda de assinantes da Netflix nos Estados Unidos.

– Alguém avisa ao Hélio Schwartsman que combate à pedofilia não é “pauta religiosa”? Deveria ser prioridade de qualquer cidadão de bem em qualquer país do mundo. Sexualização infantil é porta aberta para a normatização da pedofilia. Ministra Damares Alves, estamos juntas nessa luta! – disse a parlamentar.

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