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“Volta e meia solto expressão infeliz, que é tirada de contexto”

Ministro da Economia queixa-se de ser mal interpretado em suas declarações

Pleno.News - 04/05/2021 14h53 | atualizado em 04/05/2021 15h14

Ministro da economia Paulo Guedes
Ministro da economia, Paulo Guedes Foto: Alan Santos/PR

O ministro da Economia Paulo Guedes admitiu nesta terça-feira (4) que, volta e meia, usa “expressões infelizes”, mas voltou a reclamar que suas falas são tiradas de contexto. Ele alegou, por exemplo, que foi mal interpretado quando disse que R$ 5 bilhões seriam suficientes para “aniquilar” a Covid no começo da pandemia.

– Foi tirado de contexto, lamento. Foi uma expressão ruim que usei para parabenizar parlamentares da oposição que se uniram no combate ao vírus. Eu, volto e meia, solto uma expressão infeliz, que é tirada de contexto. Se, no dia seguinte, fiz um diferimento de impostos de R$ 150 bilhões e, na semana seguinte, reduzimos compulsórios de R$ 200 bilhões, como é [que eu] ia falar que, com R$ 5 bilhões apenas, iríamos combater a pandemia. Gastamos 8,5% do PIB – afirmou Guedes, em audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação, de Educação, de Trabalho, Administração e Serviço Público e de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Ele também tentou explicar sua fala de que todo brasileiro quer viver por 100 anos e que o Estado não teria capacidade para acompanhar o aumento da longevidade da população.

– Tiraram totalmente do contexto. Eu estava justamente defendendo voucher e mais recursos para a Saúde. Não é só o rico que tem o direito de viver 100, 120 anos – argumentou Guedes.

Em mais um bloco de perguntas dos deputados, parlamentares da oposição confrontaram o ministro da Saúde sobre suas falas polêmicas e erros de projeção na pandemia, além da alta do dólar e dos preços de alimentos, combustíveis e do gás de cozinha. O valor menor do auxílio emergencial em 2021 também foi questionado pelos congressistas.

– Como o ministro, [eu] gosta de dizer: o filho do porteiro é obrigado a sair para trabalhar, enquanto ministro do governo trabalha virtualmente – alfinetou o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP).

Em tom jocoso, o deputado lembrou promessas de Guedes, como a de zerar o déficit ainda em 2019 e arrecadar R$ 1 trilhão em privatizações.

– A única promessa cumprida foi quando, no início do governo, vossa excelência disse que, se fizesse muita besteira, o dólar bateria R$ 4. O dólar de fato bateu R$ 4. Vossa excelência fez muita besteira. Gostaria que vossa excelência explicasse o déficit na entrega de promessas – completou o parlamentar.

Guedes respondeu que o caso do porteiro aprovado em faculdade com nota zero é verdadeiro.

– Falei de um caso real, do filho porteiro do meu prédio que foi aprovado com média zero; houve excesso. Você não pode dar empréstimo para alguém aprovado com nota zero; tem que dar um voucher. A política está cegando as pessoas; está tudo sendo deformado – acrescentou.

– O deputado Kim fala da promessa de zerar o déficit ignorando a pandemia. O Kim é jovem, não é grupo de risco, está sentado em casa, ao invés de estar aqui no Congresso. Eu não estou em casa, estou no Ministério – rebateu.

Ainda em resposta ao deputado Kim, o ministro Guedes disse que não tem arrependimento nenhum sobre os gastos do governo na pandemia.

– É insanidade questionar onde está meu liberalismo. Estamos em guerra contra o vírus. Fiz promessas baseadas em acordos políticos. Mas aprendi que política tem seu próprio timing. A reforma administrativa, por exemplo, travou no executivo. É negacionismo dizer que não entreguei nada; é política – completou Guedes.

*Estadão

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