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Marcos Melo - 08/01/2023 21h18 | atualizado em 09/01/2023 10h18
Mais uma manifestação contra o processo eleitoral que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava marcada para acontecer neste domingo (8), no Distrito Federal. O ato político foi divulgado com antecedência, ganhou corpo nas redes sociais e autoridades e forças de segurança tomaram ciência e chegaram a isolar a Esplanada dos Ministérios para o fluxo de veículos.
Um convite para a manifestação na Esplanada começou a circular na internet desde a última quarta-feira (4) e participantes da ação prometeram ocupar as ruas do Distrito Federal por 72 horas.
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Na manhã deste domingo, algo que parecia surpreender o governo do Distrito Federal e os responsáveis pela segurança pública do local aconteceu: a chegada de mais de 100 ônibus lotados, trazendo cerca de 4 mil manifestantes.
Eles se dirigiram à Praça dos Três Poderes e por representarem um número expressivo, se encorajaram e furaram a barreira policial, onde conseguiram subir a rampa do Congresso Nacional e adentrar às dependências internas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
Em seguida, de maneira ligeira e quase simultânea, tomaram também as dependências do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
Revoltados, quebraram vidraças, provocaram pequenos focos de incêndio, destruíram obras de arte e depredaram as repartições públicas onde os Três Poderes da República estão instalados.
A imprensa mostrava ao país e ao mundo a situação política que acometeu o Brasil e brevemente as autoridades iniciaram uma reação coletiva. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) exonerou imediatamente seu secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, enquanto a Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua prisão em flagrante.
O presidente da República, Lula (PT), estava em Araraquara, interior de São Paulo, dando suporte à cidade em função das chuvas que castigaram o município. De lá, ele fez um anúncio decretando intervenção federal na segurança do Distrito Federal. A medida terá validade até 31 de janeiro.
As forças de segurança disponíveis no Distrito Federal se mobilizaram, reforçaram seu efetivo e com auxílio da cavalaria conseguiram pôr fim aos atos extremos e efetuaram mais de 200 prisões e a apreensão de mais de 40 ônibus até a noite deste domingo, segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
A presidente do STF, ministra Rosa Weber chamou os manifestantes de “terroristas” e garantiu que o tribunal se empenhará para que todos os envolvidos nessas ações sejam julgados e punidos.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), repudiou o que chamou de “atos antidemocráticos” e pediu que os envolvidos sofram “o rigor da lei com urgência”.
Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, alem da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência.
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) January 8, 2023
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que agirão “com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição”. E se mostrou disposto a trabalhar em conjunto com os demais Poderes.
– Eu me coloco à disposição de todos os chefes de Poderes para fazermos uma reunião para deixar absolutamente
inquestionável que os três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da Democracia – concluiu o deputado.
Eu me coloco à disposição de todos os Chefes de Poderes para fazermos uma reunião para deixar absolutamente inquestionável que os três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da Democracia.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) January 8, 2023
Em seu Twitter, o presidente da República, Lula (PT), aproveitou a oportunidade para atribuir a responsabilidade das manifestações radicais ao seu principal oponente político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
– Aproveitaram o silêncio do domingo, quando ainda estamos montando o governo, para fazer o que fizeram. E vocês sabem que existem vários discursos do ex-presidente estimulando isso. E isso também é responsabilidade dele e dos partidos que sustentaram ele – disparou o petista.
Aproveitaram o silêncio do domingo, quando ainda estamos montando o governo, para fazer o que fizeram. E vocês sabem que existem vários discursos do ex-presidente estimulando isso. E isso também é responsabilidade dele e dos partidos que sustentaram ele.
— Lula (@LulaOficial) January 8, 2023