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Vacina: Dominghetti negociava comissão de 25 centavos de dólar

Cabo da PM de Minas Gerais se apresentou como suposto representante de empresa que estaria intermediando venda de vacina da AstraZeneca

Paulo Moura - 05/07/2021 08h23 | atualizado em 05/07/2021 09h35

Luiz Paulo Dominghetti Pereira durante a CPI da Pandemia Foto: Agência Senado/Edilson Rodrigues

O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominghetti, que acusou o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de cobrar propina de 1 dólar (R$ 5,06) para concretizar uma compra de vacinas contra a Covid-19, negociava uma comissão de 25 centavos de dólar (R$ 1,26) por dose de imunizante, de acordo com mensagens acessadas no celular dele.

As informações foram reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo (4), e foram obtidas a partir do celular de Dominghetti, apreendido durante seu depoimento à CPI da Pandemia na última quinta-feira (1°). A reportagem destacou que o celular ainda está sob perícia, mas que 900 caixas de diálogos em aplicativos de mensagens já passaram por uma análise preliminar.

Segundo o Fantástico, Dominghetti enviou, no último dia 10 de fevereiro, uma mensagem a um contato identificado como Guilherme Filho Odilon na qual dizia: “Estamos negociando algumas vacinas em número superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 25 centavos de dólar por dose”. À CPI, Dominghetti havia falado em 20 centavos de dólar.

– [O] que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividir de forma igual a todos os envolvidos, claro que proporcionalmente aos grupos. Sendo três pessoas, eu, você e seu parceiro, não teria objeções em avançar neste sentido – completou.

Na sequência, Odilon pergunta: “Caso quem assina venha a pedir alguma coisa, podemos ver entre nós três para viabilizar?”. Dominghetti então responde: “Ajustamos”.

Em 18 de fevereiro, Dominghetti teria voltado a escrever a Odilon o seguinte texto: “Vacina AstraZeneca, valor 3,97 us (dose). Capacidade de entrega imediata [de] 100 milhões de doses. Venda direta [da] AstraZeneca”.

Odilon teria então dito que ainda aguardava documentação “do grupo”. Segundo os investigadores citados pelo Fantástico, a análise preliminar das mensagens no celular de Dominghetti revelam que ele também negociava outros imunizantes além do da AstraZeneca.

A Davati Medical, que Dominguetti diz representar, foi formada em 2020 e tem apenas três funcionários. E, em nota, a AstraZeneca afirmou não ter intermediários no Brasil. Ainda não se sabe quem é Odilon, que chegou a ser citado por Dominghetti à CPI.

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